A barra da Figueira da Foz poderá abrir no domingo, apenas para a saída dos quatro navios que desde terça-feira estão no interior do porto, afirma a autoridade marítima. “Apenas existem condições para a saída de navios durante a maré enchente no arco diurno”, sendo que a preia-mar (pico da maré alta) diurna de domingo ocorre às 14h57, refere a Autoridade Marítima em comunicado.

A mesma entidade considera, no entanto, que “não estão reunidas as necessárias condições indispensáveis de segurança” para permitir a entrada de navios na barra, já que o fazem numa zona a sul do enfiamento do canal, onde estão objetos detetados pelo sonar e ainda não identificados.

Na tarde deste sábado, a Equipa Hidrográfica de Intervenção Rápida do Instituto Hidrográfico da Marinha divulgou que a ‘radiografia’ efetuada ao fundo do rio Mondego permitiu detetar, junto ao local do naufrágio do arrastão Olívia Ribau, “a existência de vários objetos”, ainda não identificados.

No comunicado, a Autoridade Marítima sustenta que na operação de remoção das redes e cabos do local onde o arrastão naufragou “parte destes permaneceram no local, constituindo perigo para a navegação”.

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Em declarações à agência Lusa, o comandante Delgado Vicente, da Equipa Hidrográfica da Marinha, explicou que os objetos detetados estão a sul do enfiamento do canal de navegação, entre este e o molhe sul do rio, perto da zona onde o arrastão naufragou.

De acordo com aquele responsável, os navios que saem da barra observam um trajeto a norte do enfiamento (meio) do canal de navegação, razão pela qual as autoridades estimam ser possível permitir, ao final da manhã de domingo, na maré enchente, a saída dos quatro cargueiros que desde terça-feira estão no porto comercial.

Antes de ser novamente permitida a entrada de navios na barra, os objetos detetados terão de ser identificados por mergulhadores e decida a necessidade da sua remoção, disse Delgado Vicente.

“Só será possível identificar os referidos objetos e proceder à sua retirada com a utilização de mergulhadores, o que será realizado logo que as condições meteorológicas o permitam”, acrescentou, a esse propósito, o comunicado.

“Até que tal seja possível, e existindo incerteza sobre a localização do tripulante ainda desaparecido, foi estabelecido resguardo à posição [onde estão os objetos, criando-se um perímetro de segurança, sinalizado por boias] de modo a que o trânsito de navios e embarcações ou qualquer outra atividade não interfira nas operações de busca do náufrago, que continuam em curso”, sustenta a Autoridade Marítima.

As buscas subaquáticas pelo pescador ainda desaparecido foram canceladas às 20h00 de hoje, devido às condições adversas junto à foz do rio Mondego e uma nova tentativa de mergulho e entrada no arrastão naufragado será efetuada domingo, cerca das 08h45.