Maria Luís Albuquerque escreveu ao Comissário Europeu Pierre Moscovici dois dias antes das eleições a informar que tinha havido “alterações materiais que motivam a atualização das previsões macroeconómicas subjacentes à trajetória orçamental apresentada” em abril. A ministra das Finanças defendeu, nessa carta, que quem devia fazer esta atualização das previsões (subjacentes ao próximo Orçamento do Estado) era o novo governo saído das eleições de 4 de outubro.
O comissário para os assuntos económicos e financeiros confirmou entretanto em Bruxelas que mantém contactos próximos com as autoridades portuguesas sobre o tema.
O Correio da Manhã teve acesso à carta enviada pela ministra das Finanças a Bruxelas onde Maria Luís Albuquerque explicou que o cenário macroeconómico não deverá ser partilhado com Bruxelas até ao final do prazo – o próximo dia 15 de outubro – porque poderia sair das eleições um governo diferente. E é esse governo, defendeu a ministra das Finanças, que deve fazer a atualização do cenário macroeconómico relativo a 2015 e anos seguintes.
Quanto ao “atual governo”, por quem Maria Luís Albuquerque ainda responde, este “reitera os compromissos de disciplina orçamental assumidos no Programa de Estabilidade para 2015-2019, tanto no ano corrente como para o próximo ano”.