A Agência Internacional de Energia (AIE) antecipa uma desaceleração mais forte do que o esperado no crescimento da procura de petróleo em 2016 devido às previsões económicas menos otimistas, mas aumentou ligeiramente a sua previsão da procura para este ano.

A AIE, que representa os países compradores de petróleo, prevê agora uma procura de 94,5 milhões de barris por dia (bpd) até ao final de 2015, um aumento de 1,8 milhões de bpd relativamente ao ano anterior e o mais alto em cinco anos, impulsionado principalmente pelos preços baixos.

No entanto, o crescimento da procura deverá abrandar para 1,2 milhões de barris diários no próximo ano para atingir um total de 95,7 milhões de barris por dia, contra uma previsão anterior de 95,8 milhões de barris por dia.

“Por enquanto, os preços baixos do petróleo estão a apoiar um forte crescimento da procura. Os principais consumidores do planeta, os Estados Unidos e a China, estão a comprar mais crude, um aumento de 1,8 milhões de barris diários, o mais elevado em cinco anos (…) “, diz a AIE no seu relatório mensal, divulgado hoje.

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“Apesar deste aumento, as perspetivas são piores para o próximo ano”, adianta o documento, acreditando num horizonte mais nebuloso para a economia mundial e também numa indefinição do efeito preço.

No início de outubro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) baixou sua previsão de crescimento mundial em 0,2 pontos percentuais para 2015 e 2016, ou seja, 3,1% e 3,6% respetivamente.

Esta procura de ouro negro abaixo do esperado, combinado com o aumento das exportações de petróleo iraniano em caso de levantamento das sanções internacionais, deverá manter uma situação de excesso de oferta no próximo ano, apesar da desaceleração acentuada na produção de países não pertencentes à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), sublinha a AIE.

O relatório indica que foram extraídos para o mundo em setembro um total de 96,60 milhões de barris por dia, com uma queda na produção de países não pertencentes à OPEP, como os Estados Unidos, mas que foi compensada por um aumento dos membros do cartel (31,72 milhões de barris por dia), principalmente no Iraque.

Neste contexto, o aumento das tensões geopolíticas, principalmente com a intervenção militar russa na Síria, “deverá ter efeitos nos mercados mundiais”, disse a agência com sede em Paris.