O presidente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), David Paes, afirmou que o parecer da ANAC deixa coisas em aberto sobre a privatização da TAP, alertando que o grupo precisa de “uma definição a breve trecho”.

“Este parecer deixa algumas coisas definidas, mas deixa outras em aberto ainda, mas a TAP carece que haja uma definição sobre o modelo a breve trecho, seja ele qual for”, defendeu à Lusa o recém eleito presidente do SPAC.

Em declarações à Lusa, David Paes considerou que “é desejável que seja definido o modelo relativo à estrutura de capitais: se o processo de privatização se concretizar, há um conjunto de decisões que serão tomadas; se o processo não avançar e [a TAP] ficar na esfera pública haverá outras decisões a tomar”.

“Não temos uma posição [a favor ou contra a privatização], mas é desejável que haja uma definição, seja ela qual for. A TAP, enquanto grupo empresarial, beneficia com essa decisão”, declarou o dirigente sindical.

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Na terça-feira, a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) deu parecer positivo à venda da TAP ao consórcio Gateway, com imposição de várias recomendações e pedidos de esclarecimento sobre a estrutura acionista do consórcio comprador de 61% do capital do grupo TAP.

A Associação Peço a Palavra defendeu hoje que o parecer da ANAC prova que o controlo efetivo do consórcio comprador da TAP não pertence a Humberto Pedrosa, mas a David Neeleman, lamentando a falta de “coragem política” do regulador da aviação.

“É lamentável não ter havido mais coragem política, porque é uma incoerência jurídica vir veiculado de que há um parecer prévio a autorizar o negócio, quando na verdade existe um parecer contrário à concretização do negócio, que terá que ser totalmente modificado”, afirmou à Lusa Bruno Fialho, da associação que lidera a contestação à privatização da TAP.