São cinco ou seis os dias mágicos do período fértil em que uma gravidez pode ocorrer. A ovulação, que tipicamente acontece por volta do décimo quarto dia do ciclo, liberta um óvulo maduro nas trompas de Falópio, mas o óvulo só dura 24 horas. O esperma, que sobrevive durante cinco dias, deveria ser, idealmente, fornecido o máximo possível durante o período fértil.

Mas andar sempre a controlar os dias e a monitorizar tudo pode arruinar o clima. O melhor mesmo é ter relações sexuais com frequência, ponto. Pelo menos é isso que conclui um novo estudo levado a cabo por investigadores da Universidade do Indiana, publicado na Fertility and Sterility e na Physiology and Behavior, que defende que o simples facto de ter mais relações sexuais aumenta a fertilidade das mulheres, já que aumenta o período fértil, prepara o sistema imunitário feminino para a gravidez e ajuda a manter o útero saudável.

Segundo Tierney Lorenz, investigador do Kinsey Institute for Research on Sex, Gender and Reproduction, “os sistemas imunitários das mulheres sexualmente ativas prepararam-se com antecedência para a mera possibilidade de uma gravidez”.

Acredita-se que o sistema imunitário tenha um papel importante no que toca à fertilidade e que trabalhe em conjunto com o muco cervical para fazer duas coisas: ajudar o esperma a movimentar-se no seu caminho até à conceção e criar linfócitos T e anticorpos que lutam contra doenças sem interferirem com o ambiente do útero. “Nós estamos a ver o sistema imunitário a responder a um comportamento social: a atividade sexual” disse Tierney Lorenz à Bustle. O aumento da atividade sexual manda uma mensagem ao sistema imunitário de que é tempo de reprodução.

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No entanto, há motivos para colocar algumas reticências nestes dados. Segundo o The Guardian, o estudo não seguiu as 30 mulheres que analisou para comprovar se elas de facto engravidaram. Por outro lado, segundo Vladimiro Silva, embriologista clínico e diretor da Ferticentro, ouvido pelo Observador há cerca de dois meses, “ter relações sexuais em excesso (por exemplo todos os dias) influencia negativamente a qualidade do esperma.

O próprio Lorenz defende que a relação entre o sexo, as mudanças no sistema imunitário e a probabilidade de ter um bebé é demasiado complexa para esclarecer com apenas um estudo. No entanto, o investigador acredita que quanto mais o sistema imunitário receber a mensagem de que é tempo de reprodução mais isto pode, eventualmente, aumentar as probabilidades de uma gravidez.

No fundo é seguir os passos de Kim Kardashian que, antes de engravidar do segundo bebé, disse que “andava a ter 500 relações sexuais por dia”. A socialite também admitiu que andava exausta, mas a verdade é que funcionou.