A Moody’s levantou nesta quinta-feira a perspetiva “negativa” que atribuiu à banca nacional em 2008. A decisão da agência de rating, que contribui para o que os bancos reforcem o seu acesso aos mercados de capitais e possam transmitir os custos de financiamento mais baixos para os empréstimos à economia, vem na sequência de comentários positivos semelhantes por parte da agência S&P, emitidos a 22 de setembro.

“A recuperação económica modesta no país vai ajudar a estabilizar a situação fundamental dos bancos”, escreve a Moody’s em relatório divulgado nesta quinta-feira, dia 15 de outubro. A “melhoria das condições operacionais estão a traduzir-se numa desaceleração gradual da deterioração da qualidade dos ativos”, escreve Maria Vinuela, analista da agência de rating.

A Moody’s acredita que “depois de terem sido recapitalizados, reestruturados e aumentado as provisões contra perdas no crédito, os bancos portugueses estão, agora, numa situação melhor para absorver potenciais perdas”. Nesta situação mais favorável, “ao longo dos próximos 12-18 meses, o setor bancário vai regressar à lucratividade graças à redução do custo do risco”, isto é, os bancos vão ganhar mais margem para aplicar recursos de forma mais audaz, depois da cautela extrema que tem marcado os últimos anos.

S&P vê “tendência positiva” na avaliação do risco do setor

Já a 22 de setembro uma outra agência de rating, a S&P, se mostrou mais otimista em relação aos riscos que há vários anos se abatem sobre a banca portuguesa. Num relatório que veio na sequência da subida da notação de risco do Estado português, a agência aumentou o rating do Santander Totta e passou para positiva a perspetiva para as notações de risco do MillenniumBCP e Caixa Geral de Depósitos. Quanto ao BPI, a agência manteve alguma cautela enquanto não se clarificar a futura estrutura acionista do banco.

“A recuperação económica portuguesa está a consolidar-se e a sustentar o desempenho das operações domésticas dos bancos portugueses”, escreveu a S&P em nota divulgada a 22 de setembro e que acrescentou que são mais positivas “as perspetivas para o financiamento dos bancos, graças ao maior otimismo dos investidores em relação ao Estado português”.

Foi neste contexto que a agência de rating tomou uma visão “mais favorável em relação aos riscos que os bancos enfrentam em Portugal”, atribuindo, assim, uma “tendência positiva à nossa avaliação do risco do setor”.

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