“Para proteger o salário, decidi decretar um aumento do salário mínimo nacional de 30%”, disse Nicolás Maduro, que falava durante um encontro com trabalhadores que teve lugar na Siderúrgica de Orinoco (Sidor), em Guyana, a 700 quilómetros a sudeste de Caracas.

“Devem ajustar-se, imediatamente, todas as tabelas da administração pública, das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas”, frisou, sublinhando que o aumento representa um investimento extraordinário. Com o novo aumento (o quarto em 2015) o salário mínimo dos venezuelanos sobe de 7.421,66 para 9.649 bolívares (de 1.033 para 1343,49 euros), enquanto o subsídio de alimentação passa a ser de 6.750 bolívares (939,84 euros).

Os venezuelanos queixam-se com frequência dos altos preços dos produtos, num país onde um café custa 70 bolívares (9,74 euros) e um quilograma de carne de vaca ronda os 1.500 bolívares (208,85 euros) à taxa de referência oficial de 6,30 bolívares por cada dólar norte-americano, usada para a importação de produtos prioritários.

Segundo Nicolás Maduro, o aumento vai “muito além” da inflação anual estimada, que “deverá estar à volta dos 80%”, apesar do Banco Central da Venezuela não divulgar os dados oficiais sobre a inflação desde janeiro de 2015.

Mas este número fica muito aquém da realidade, pois segundo o Fundo Monetário Internacional e a Comissão Económica para a América Latina e Caraíbas (Cepal) a inflação anual na Venezuela deverá ser superior a 180%. Ao mesmo tempo, como noticia o El Pais, a queda do PIB estará nos 10% e os esforços de Maduro para controlar a subida de preços ainda agravaram mais a situação, fazendo com que faltassem produtos essenciais, as prateleiras dos supermercados se esvaziassem e os venezuelanos tivessem de fazer longas filas de espera mesmo para comprar o mais básico para o seu dia a dia.

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