Simon Binner, um cidadão britânico, anunciou na rede social LinkedIn a data prevista para o seu suicídio assistido. O empresário de 57 anos, de Surrey, disse que pretende morrer na clínica Espírito Eterno (Eternal Spirit) em Basel, na Suíça, refere o The Guardian.

Binner foi diagnosticado com doença do neurónio motor (Motor Neurone Disease, MND) a 7 de janeiro deste ano.  A patologia, cuja forma mais frequente é a esclerose lateral amiotrófica (ELA), provoca uma deterioração dos neurónios do corno anterior da medula espinal e dos feixes de fibras nervosas que conduzem os impulsos motores provenientes do córtex cerebral, não tem cura.

A minha MND acelerou muito rapidamente. Os cirurgiões inicialmente pensaram que eu duraria até 2017/2018, mas estavam errados – não se preocupem, não é uma ciência exata!”, pode ler-se no seu perfil do LinkedIn.

Simon Binner - LinkedIn

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Binner é membro da British Humanist Association (BHA), uma associação que trabalha com pessoas que sofrem de doenças terminais, e que publicou um vídeo no YouTube onde Binner e a esposa apelam à mudança da lei britânica para que possa aceder ao suicídio assistido em solo britânico.

https://www.youtube.com/watch?v=AdYMyRwSj7s

No vídeo, Binner e Debbie, explicam que apesar do “anúncio” no LinkedIn, Binner (já com visíveis limitações) preferia não ter de se deslocar à Suíça e ficar em casa rodeado de amigos e família.  No apelo, Debbie refere mesmo que o marido gostaria de poder adiar a sua decisão – pois gostaria de passar o Natal em casa – mas que tem de se deslocar até à clínica suíça enquanto ainda está em condições físicas para o fazer.

Andrew Copson, presidente da BHA, disse que o empresário estava empenhado em mudar a lei britânica, tarefa que a associação humanista britânica pretende continuar. Neste momento, a associação está a tentar angariar 500 mil libras (cerca  de 680 mil euros) para levar um caso semelhante ao de Simon Binner ao Supremo Tribunal britânico, segundo o The Guardian.

“A lei atual provoca mais sofrimento desnecessário e trauma para as famílias como os Binners”, disse Copson ao mesmo jornal.