O candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa recusou este sábado que as eleições sejam “a busca de uma muleta para alcançar o que não foi obtido nas legislativas” e comprometeu-se a não pedir apoio a entidades partidárias ou não partidárias. No primeiro comício da sua candidatura, Marcelo apelou à “união” e à “justiça social”.

“Não serei nem candidato nem Presidente de metade do país contra outra metade. Comigo as presidenciais não serão nem uma segunda volta das legislativas ou do Governo delas saído, nem a busca de uma muleta para alcançar o que não foi obtido nas legislativas ou no Governo. Outros pensarão de forma diferente. É assim que eu penso e que ajo”, disse Marcelo Rebelo de Sousa numa sessão pública que este sábado decorreu no Mercado Ferreira Borges, no Porto.

O ex-líder do PSD garantiu que não vai pedir “apoio a nenhuma entidade partidária ou não partidária”, não fazendo depender a candidatura de “qualquer decisão que venha a ser tomada neste domínio” uma vez que defende que “um candidato presidencial não é, não pode ser uma projeção e menos ainda uma correia de transmissão de um partido ou de uma coligação que ele integra”.

“Tal como o Presidente da República não pode ser o porta-voz de um partido ou de uma coligação, um fiador atento, venerador e obrigado de um Governo ou de uma maioria parlamentar, absoluta ou relativa”, sublinhou.

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Na primeira iniciativa enquanto candidato apontou os três pilares da sua candidatura à Presidência da República: a reaproximação dos portugueses portugueses divididos pela crise económica e social e por desilusões e choques políticos; a promoção de consensos de regime e criação de condições de governabilidade.

Antes de definir a tríade de condições políticas que devem constituir prioridades para o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa começou por fazer um diagnóstico onde enumerou os principais problemas do país. E apontou, também, três grandes áreas onde considera prioritário atuar: justiça social, educação, e justiça – aqui fazendo referência especial “a um Estado de Direito com uma vida pública moralizada e uma punição exemplar da corrupção”.

O candidato a Presidente da República, considerou, no entanto que estas “linhas de rumo valem sobretudo se servirem para o fundamental: combater a pobreza, limitar o risco de pobreza, corrigir as desigualdades sociais.”

“Falar em Estado Social sem justiça social é usar em palavras ocas para esconder realidades indesejáveis”, considerou Marcelo Rebelo de Sousa. Em Portugal 2016, a justiça social é o desafio dos desafios.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, para responder ao desafio de combater 2 milhões e 800 mil pobres e mais 1 milhão em risco de pobreza, de reduzir as desigualdades e reforçar a justiça social  é preciso união e reaproximação dos portugueses. “Reaproximar todos de todos é um imperativo nacional premente. Portugal é de todos, não é só de alguns, importa unir os portugueses, sem uniões nacionais,” disse o candidato.

“Não há Portugal que possa vingar com mais de um quarto de portugueses a viver fechados em ghettos, muitos deles em idade avançada e sem perspetivas de mudança de vida”, Marcelo reitera a importância de “um estado de direito, uma vida pública moralizada e uma punição exemplar da corrupção”, que diz serem reformas para “combater e limitar o risco de pobreza e corrigir as desigualdades sociais”.