A chanceler alemã, Angela Merkel, desloca-se à Turquia no domingo para se encontrar com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, uma peça-chave aos olhos de Berlim na procura de soluções para a crise dos refugiados.

Merkel, cujos sucessivos governos atuaram como travão às aspirações turcas de aderir à União Europeia (UE), alterou recentemente a sua posição a favor dos pontos de vista de Erdogan, enquanto a nível interno crescem as pressões sobre a chanceler para conter a vaga de pedidos de asilo na Alemanha.

Na sexta-feira, numa ação realizada pela União Democrata-Cristã (CDU), o partido a que preside Merkel, esta expressou a sua “compreensão” para com o pedido de apoio financeiro da União Europeia à Turquia, no valor de 3.000 milhões de euros, para que este país possa ajudar os refugiados que pretendem alcançar a Europa.

“Nós falámos sobre isso”, disse Merkel, embora o montante da ajuda tenha triplicado desde que inicialmente foi proposto por Bruxelas e depois de o Governo alemão ter dito que vai defender a possibilidade de a Turquia ser considerada como “país de origem seguro”.

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Berlim tem-se manifestado relutante em relação às aspirações da Turquia para entrar na União Europeia, mas o medo parece ter-se começado a dissipar devido à necessidade de aliviar a situação criada pelos refugiados que, pela primeira vez, chegam aos países da UE.

Em Istambul, Merkel vai reunir-se com Erdogan e o primeiro-ministro turco, Ahmed Davutoglu Ahmet, onde deverão falar da luta contra o terrorismo do grupo Estado Islâmico (EI) e da crise dos refugiados.

A Turquia tem, em contrapartida, de cooperar ativamente com a Grécia na proteção das fronteiras externas da União Europeia, matéria que não é fácil, nem para Atenas e nem para Âncara, no meio do conflito com o Chipre.