Na estreia de Luís Marques Mendes nos domingos à noite na SIC para tentar ocupar o lugar deixado vago por Marcelo Rebelo de Sousa nos comentários políticos deste serão televisivo, a TVI resolveu convidar o comentador Pedro Guerra para explicar a polémica ocorrida esta semana durante o programa “Prolongamento”, quando Eduardo Barroso abandonou a transmissão em direto por “sentir-se desrespeitado” pela presença de Guerra.

Apesar de dizer que “não se sentia à vontade” para falar sobre o assunto, Pedro Guerra afirmou que Barroso “não foi correto com ele” e que foi “vítima de preconceito”:

“Quando ele soube que tinha havido uma mudança, que o professor Eduardo Seara iria largar o Prolongamento e que eu ia ser o substituto, pelo menos diz ele que o seu filho enviou-lhe uma mensagem ‘não vás porque este senhor assim, assado, cozido e frito’, então há aqui claramente um preconceito”, afirma. Guerra utilizou o mesmo argumento para justificar a acusação que Barroso fez em entrevista ao jornal i ao dizer que o comentador “prejudicou a sua vida”.

O colaborador do Benfica disse ainda que “dr. Eduardo Barroso não tinha argumentação para rebater aquilo que dizia e zangou-se”, mas admitiu que isto “é passado” e que lhe deseja “muita saúde para fazer aquilo que mais sabe que é salvar vidas”.

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Questionado por Judite Sousa por que provoca tantas reações nos seus adversários nos debates televisivos, Pedro Guerra admite que pode ser “mais abrasivo” ou “mais intempestivo”. A justificação? “Sinto muito o Benfica”, afirmou o ex-jornalista de O Independente, que admite que “exagera por vezes” nos comentários.

“Como dizemos carinhosamente sem provocar ninguém, o segundo maior clube de futebol em Portugal é o anti-Benfica e acho que nos debates há muito anti-benfiquismo”, defende.

Durante a entrevista, Pedro Guerra não negou ter desempenhado funções de assessoria nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, indicado pelo CDS, partido a que continua ligado enquanto funcionário do seu grupo parlamentar. Entre 2002 e 2005, foi assessor de imprensa de Paulo Portas no Ministério da Defesa. “Achas que fui favorecido? Acho que não, fiz aquilo que muitos colegas seus que não fazem, que estão no jornalismo, e vão para assessores de gabinetes ministeriais e voltam à profissão”, explicou.

José de Pina, escritor e humorista, substitui Eduardo Barroso.