O governo japonês confirmou esta terça-feira que um homem que trabalhou nas operações de limpeza da central nuclear de Fukushima tem um cancro causado pelo excesso de radiação a que esteve exposto. Desde o acidente nuclear de 2011, é a primeira vez que o Japão reconhece a existência de um caso do género.

Segundo o canal de televisão japonês NHK, foi diagnosticada uma leucemia ao trabalhador em causa, que em 2011 teria 36 anos. Atualmente com 41 anos, o homem vai agora beneficiar de um subsídio governamental. “O caso preenche os critérios” para a segura relação entre o acidente nuclear e a doença, disse um funcionário do Ministério da Saúde japonês à agência France-Presse. Outros três ex-trabalhadores da central que também têm cancro estão neste momento a aguardar a confirmação de que o acidente de 2011 teve influência direta no desenvolvimento da doença.

Depois de um violento terramoto e maremoto terem atingido a costa do Japão em março de 2011, três reatores da central nuclear de Fukushima derreteram, dando origem a um dos maiores acidentes do género de sempre, apenas comparável ao ocorrido em Chernobyl. Diversas localidades próximas à central foram completamente evacuadas e os trabalhos de limpeza envolveram quase 45 mil pessoas. Segundo as autoridades nipónicas, podem ser necessários 40 anos até que Fukushima seja volte a ter níveis de radioatividade normais, mas esse prazo é contestado pela Greenpeace, que afirma que pode levar o dobro do tempo.

Há menos de uma semana, o Japão reativou o segundo reator nuclear desde que, em 2011, todas as centrais foram fechadas.

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