O líder do Governo brasileiro no senado, Delcídio do Amaral, do Partido dos Trabalhadores (PT), negou ter recebido dinheiro de suborno pela compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

De acordo com o site de notícias G1, o senador Delcídio do Amaral, que pertence ao partido da Presidente Dilma Rousseff, disse que o envolvimento do seu nome neste escândalo da refinaria de Pasadena “é lamentável”.

Na sexta-feira, foi divulgado que o “lobista” Fernando Soares – conhecido como Fernando Baiano e que foi preso no âmbito da operação Lava-Jato da Polícia Federal brasileira, que investiga a corrupção na Petrobras — afirmou que Amaral recebeu 1,5 milhões de dólares (1,32 milhões de euros) de suborno pela compra da refinaria norte-americana.

O negócio foi feito pela Petrobras em 2006 e causou um prejuízo de 790 milhões de dólares (696,7 milhões de euros) aos cofres da petrolífera estatal brasileira.

Fernando Soares fez estas declarações no âmbito da “delação premiada”, que consiste num benefício legal ao réu que concorde em ajudar nas investigações, nomeadamente uma redução de pena.

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“Os media tiveram acesso aos autos e citam especificamente como os benefícios foram divididos. E esses benefícios estão muito bem definidos e mostram quem recebeu e meu nome não está na lista. Agora, onde que isso está escrito, só o tempo vai demonstrar”, afirmou hoje Delcídio do Amaral.

Na sexta-feira passada, Delcídio do Amaral informou, através de um comunicado, que considerava absurda a menção feita por Baiano de ele ser delator.

Questionado sobre se a citação de seu nome tornava desconfortável a permanência no cargo de líder do Governo, o senador disse que quem decide isso é a Presidente Dilma Rousseff.

Delcídio repetiu que conheceu Fernando Baiano na década de 1990, por meio do empresário espanhol, Gregório Marin Preciado.

“Na altura em que Baiano fez a denúncia, eu era presidente da CPI dos Correios. Portanto, não tinha nenhuma aproximação com o Governo, até porque naquela época eu era ‘persona non grata’ no Governo em função do meu comportamento”, adiantou o senador.

Delcídio do Amaral disse que a denúncia de Baiano cita afirmações feitas por outras pessoas.

Ainda sobre a refinaria de Pasadena, Delcídio do Amaral afirmou ter a certeza de que seu nome não está entre os beneficiados pela operação.

O nome de Delcídio do Amaral também foi citado num outro contrato da Petrobras, relativo ao aluguer de navios-sonda para a petrolífera brasileira.

Segundo Baiano, houve um acordo entre Delcídio, o atual presidente do senado, Renan Calheiros, o senador Jader Barbalho e o ex-ministro Silas Rondeau, todos do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB – da base aliada da Presidente), para dividir entre si suborno de seis milhões de dólares (5,2 milhões de euros).

Delcídio do Amaral negou as acusações e Renan Calheiros disse à imprensa brasileira que “não conhece e que nunca viu” Fernando Soares.CSR