O ministro das Finanças alemão revelou, numa entrevista ao jornal francês Libération, que 15 dos seus homólogos do Eurogrupo, entre os quais Maria Luís Albuquerque, apoiavam em julho a ideia de uma saída temporária da Grécia da zona euro.

“Relativamente à questão e saber se, para a Grécia, a melhor solução não seria sair do euro por um certo tempo — um ‘timeout’ -, 15 ministros das Finanças partilharam essa opinião. Só os ministros francês, italiano e cipriota não seguiram essa linha”, afirmou Wolfgang Schäuble, numa entrevista concedida ao Libération.

O ministro alemão explica que numa reunião do Eurogrupo a 11 de julho colocou essa possibilidade sobre a mesa porque sempre se interrogou, “como muitos economistas”, se não seria melhor para a Grécia, face à sua situação económica e à sua administração, abandonar a zona euro durante um certo tempo, “para se restabelecer no plano económico e melhorar a sua competitividade, antes de regressar”.

“Mas nunca defendi que expulsássemos a Grécia. Simplesmente disse que se a própria Grécia fosse da opinião de que essa seria a melhor solução para si — e eram efetivamente muitos na Grécia a dizerem que sim -, então, deveríamos ajudá-la e apoiá-la”, afirma Wolfgang Schäuble.

Dois dias depois de a delegação alemã ter apresentado no Eurogrupo o cenário de uma saída ordenada e temporária da Grécia do espaço monetário único, os chefes de Estado e de Governo da zona euro acabariam por chegar a um acordo com o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras sobre um terceiro programa de assistência financeira, atualmente em vigor.

A entrevista foi concedida no quadro de um documentário sobre “os seis meses de negociações loucas” entre a Grécia e a zona euro e hoje publicada pelo jornal francês.

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