O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, convocou os líderes dos países-membros do sudeste dos Balcãs para uma minicimeira no domingo em Bruxelas, alargada à Sérvia e Macedónia e destinada a abordar a crise dos refugiados.

“Após garantir apoios, decidi reunir no domingo em Bruxelas um certo número de chefes de Estado e de governos (dos países) que se estendem pela estrada dos Balcãs, que se tornou num caminho dramático”, anunciou esta quarta-feira no decurso de uma deslocação a Madrid.

Para além dos dirigentes da Macedónia e da Sérvia, foram convocados os chefes de Estado e de governo da Áustria, Bulgária, Croácia, Alemanha, Grécia, Hungria, Roménia e Eslovénia, países particularmente atingidos pela crescente vaga de refugiados.

Na terça-feira a União Europeia (UE) apelou para ajuda à Eslovénia, que após a instalação de barreiras anti-imigrantes pela Hungria se tornou, com a Sérvia e a Croácia, um dos principais países de trânsito dos migrantes que tentam alcançar o norte da Europa.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A Comissão Europeia tinha anunciado previamente em comunicado a minicimeira, sublinhando a “necessidade de uma maior cooperação, de consultas mais intensas e de ações operacionais imediatas” para os países situados na rota dos Balcãs.

“Não choro com frequência, mas quando vejo todas as noites este longo cortejo de refugiados lembro-me das imagens do final da Segunda Guerra Mundial (…) acontece que quase choro”, disse Juncker.

“Sei que não podemos acolher no nosso território toda a miséria do mundo, mas podemos pelo menos olhar para a miséria do mundo antes de agir”, acrescentou.

“Não gosto dessa Europa que ‘olha para o umbigo’, que se fecha às esperanças e às expetativas dos outros”, assegurou. “Gosto da Europa onde centenas de milhares de voluntários vêm prestar assistência, apoiar os refugiados”.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, em geral responsável pela convocação de cimeiras europeias, saudou a organização da minicimeira “para abordar os problemas operacionais urgentes na região, em conformidade com as orientações políticas decididas” na última cimeira europeia de 15 de outubro.

No entanto, Tusk não precisou se participaria na reunião de domingo em Bruxelas com os países dos Balcãs.

A UE, confrontada com a pior crise migratória desde o final da Segunda Guerra mundial, permanece dividida sobre a forma de responder ao fluxo de refugiados.

O Luxemburgo, que assegura a presidência rotativa da UE, o Alto Comissario da ONU para os Refugiados, António Guterres, a Agência europeia de vigilância das fronteiras (Frontex) e a Agência europeia para o asilo (EASO) foram igualmente convidadas a participar na minicimeira que se iniciará no domingo às 16.00 locais (15:00 em Lisboa).