Um grupo de investigadores que documentou os crimes de guerra dos nazis está agora a investigar se os massacres cometidos pelo Estado Islâmico contra a minoria yazidi no Iraque podem ser considerados genocídio. Três investigadores europeus estão a tentar estabelecer se os crimes do Estado Islâmico tiveram como objetivo aniquilar sistematicamente um grupo étnico, numa tentativa de pressionar a comunidade internacional a travar estes atos.

“Não estamos a tentar ser sensacionalistas, mas sim a estabelecer as fases do processo criminoso para cada categoria dos yazidi — homens, mulheres, crianças — de modo a suportar a teoria do genocídio”, explicou à AFP Andrej Umansky, especialista em direito criminal na Universidade de Colónia, na Alemanha.

Os yazidi não são nem árabes nem muçulmanos e têm um tipo de fé que os jihadistas consideram herege e politeísta. A minoria, falante de curdo, vive maioritariamente na zona da montanha de Sinjar, no norte do Iraque. Quando o Estado Islâmico conseguiu entrar, em agosto do ano passado, em zonas do norte do Iraque sob controlo curdo, os yazidis foram os mais afetados, alvos de massacres e raptos.

A pequena equipa europeia da Yahad In Unum — uma associação que recolhe provas relativas ao massacre dos nazis aos judeus e à comunidade Roma nos antigos territórios soviéticos — viajou até um campo de refugiados curdo, localizado a apenas 20 quilómetros da zona de batalha, para recolher informação.

Desde agosto, o grupo filmou 50 entrevistas com homens, mulheres e crianças yazidis que conseguiram fugir ao Estado Islâmico.

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