A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) angariou esta quarta-feira mais 1.400 milhões de euros através de títulos de dívida de curto prazo, a custos inferiores aos dos leilões anteriores.

O Estado arrecadou 300 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro (BT) a três meses em troca de uma taxa de rendibilidade negativa de -0,021% (-0,013% no leilão anterior), mais 1.100 milhões de euros em BT a 11 meses contra um juro médio de 0,006% (0,021% no leilão de agosto).

Apesar de as taxas de juro no longo prazo estarem a subir esta quarta-feira, entre outros sinais preocupantes para Portugal, os prazos curtos não evidenciam quaiquer receios e estes empréstimos continuam a ser renovados sem dificuldades pelo Estado.

“O impasse na formação do governo, que pode estar a ter impacto nas acções, não tem efeitos no mercado de dívida pública. Enquanto o BCE continuar o seu programa de Quantitative Easing [estímulos monetários], garantindo a compra de dívida aos países, os investidores não receiam comprar”, afirma Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa, em nota difundida pelas redações.

Opinião diferente tem Pedro Ricardo Santos, gestor da XTB Portugal, que receia que “a formação de um governo de esquerda, com as cedências resultantes da negociação, podem comprometer o tratado orçamental e fazer disparar o défice das contas públicas”. “Esse sentimento está espelhado na evolução das taxas de juro portuguesas, que negoceiam hoje em alta, depois das declarações de António Costa sobre um entendimento com o Bloco de Esquerda”.

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