O presidente sírio, Bashar Al-Assad, esteve esta terça-feira em Moscovo para um encontro com o presidente russo, Vladimir Putin. A reunião, que não foi previamente anunciada e apanhou assim os meios de comunicação de surpresa, serviu para ambos os chefes de Estado discutirem a atual situação da Síria, o apoio militar que a Rússia está a dar àquele país e o que vai acontecer depois do fim da guerra.

Que se saiba, é a primeira vez que Assad sai da Síria desde que começou a guerra civil no país, em 2011. Esse conflito começou porque a oposição queria ver o presidente fora do poder. Na terça-feira, Bashar Al-Assad esteve precisamente a falar com Vladimir Putin sobre os seus planos de futuro. Juntos, os dois homens discutiram “a luta contra grupos extremistas e terroristas e a continuação da operação russa de apoio às forças militares sírias”, afirmou Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.

Além de ter sido a primeira ida ao estrangeiro em quatro anos para Assad, esta foi também a primeira vez que os dois presidentes estiveram juntos desde que a Rússia começou a fazer ataques aéreos na Síria com o objetivo de ajudar as tropas do regime. As autoridades russas afirmaram desde o início que pretendiam ajudar Assad a combater grupos terroristas como o Estado Islâmico e a Frente Al-Nusra, mas surgiram logo acusações de que a força aérea de Moscovo estava, em vez disso, a atacar alvos da oposição síria — ameaça política direta a Bashar Al-Assad.

Vladimir Putin recebeu o presidente sírio com palavras de encorajamento:

“A nossa visão é a de que resultados positivos nas operações militares vão dar-nos o sustento para trabalharmos num acordo de longo prazo, baseado num processo político que envolva todas as forças políticas e grupos étnicos e religiosos. Em última análise, é ao povo sírio que compete ter uma voz decisiva.”

Já Assad, depois de agradecer a Putin toda a ajuda prestada, reiterou a vontade em obter um acordo político para o pós-guerra:

“Temos de ter a noção de que os ataques militares contra terroristas são essenciais acima de tudo porque temos de combater o terrorismo e porque o terrorismo é um obstáculo real na estrada para alcançarmos um acordo político. Claro que toda a nação quer participar na decisão do futuro do país, não apenas o governo.”

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