A chanceler alemã, Angela Merkel, considerou hoje que o afluxo de requerentes de asilo na Alemanha é outra manifestação da globalização, da qual o seu país beneficiou largamente quando se tratou de conquistar novos mercados de exportação.
“A vossa experiência da globalização até agora era: a nossa economia vai para outros países, instala fábricas, vende produtos e o balanço é positivo para o emprego na Alemanha e para as nossas empresas”, declarou Merkel no congresso do sindicato IG Metall em Frankfurt (oeste).
A primeira economia europeia, durante muito tempo campeã do mundo do comércio externo, exporta mais de 100 mil milhões de euros mensalmente e durante décadas foi isso que impulsionou o seu crescimento.
“Agora assistimos a um movimento inverso: é a globalização que vem até nós”, adiantou a chanceler, que abriu a porta a centenas de milhares de refugiados que chegam à Europa.
“O que pensaríamos estar longe”, por exemplo a guerra que devasta a Síria ou o caos em que a Líbia mergulhou, “torna-se concreto para nós sob a forma de refugiados, devemos aprender a gerir isso”, defendeu.
Merkel insistiu que a Alemanha deve “aceitar um certo grau de imigração legal”. Ainda que a chegada em massa de migrantes coloque a Europa e a Alemanha perante “grandes desafios”.
“Para mim, é óbvio dizer ‘vamos conseguir'”, disse ainda.
A Alemanha calcula receber este ano pelo menos 800.000 requerentes de asilo.