“O papiro de César”, o novo álbum de banda desenhada da série Astérix e Obélix, que chega esta quinta-feira às livrarias, tem novas personagens, algumas inspiradas na atualidade, como Julian Assange, fundador do Wikileaks.

O livro vai ser traduzido em 20 nacionalidades diferentes, entre as quais o português, o mirandês, o catalão e o basco. E foi apresentado há cerca de duas semanas, numa conferência de imprensa na Torre Eiffel, em Paris, com os autores Jean-Yves Ferri e Didier Conrad, na presença de Albert Uderzo, 88 anos, um dos criadores originais desta banda desenhada. Yves Ferri e Didier Conrad foram os mesmos autores que, em 2013, assinaram o volume anterior, “Astérix entre os Pictos”, o primeiro livro no qual Uderzo não participou.

O título do novo álbum já tinha sido anunciado em Março, mas só este mês foram revelados mais pormenores da história, que remete para a actualidade e para os “meandros da informação”.

Uma das oito novas personagens criadas por Ferri e Conrad chama-se “Doublepolemix” e é um jornalista gaulês inspirado na figura de Julian Assange, fundador da organização Wikileaks. O vilão desta história é “Bonuspromoplus”, conselheiro de César.

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“O papiro de César”, 36.º volume desta BD, tem uma tiragem de dois milhões de exemplares em francês e outros dois milhões noutras vinte línguas e idiomas, entre as quais português e mirandês.

Uderzo e René Goscinny revelaram Astérix na revista Pilote em 1959. Astérix é um pequeno gaulês de bigode farfalhudo que tem como grande amigo Obélix, personagem desajeitada e com uma força desmesurada, que carrega menires e adora comer javalis.

Ambos são habitantes de uma invencível aldeia que teimosamente resiste às investidas militares dos romanos, por conta de uma famosa poção mágica inventada pelo druida Panoramix.

O primeiro livro, “Astérix, o gaulês”, só saiu em 1961, dando início a uma das mais bem sucedidas séries de banda desenhada, com mais de 350 milhões de livros vendidos em todo o mundo.

A parceria entre Uderzo e Goscinny terminou em 1977, com a morte do argumentista, mas o nome de ambos foi sempre mantido na assinatura das histórias. Albert Uderzo, de 88 anos, retirou-se da série em 2011, alegando cansaço.