O caderno reivindicativo da Frente Comum para a próxima legislatura contempla a reposição imediata dos cortes salariais da Função Pública, mas a coordenadora Ana Avoila, em conferência de imprensa, não afastou a possibilidade de “discutir” que a devolução dos salários ocorra apenas em 2016, noticia o Jornal de Negócios.

Se em 2016 os cortes forem repostos nós ficamos muito contentes, porque não é mais que a obrigação que os governos têm. Se é uma ou duas ou três ou quatro vezes depois logo se vê, na altura de estarmos a negociar”, respondeu Ana Avoila, quando questionada sobre a solução que tem vindo a ser negociada entre o PS, Bloco de Esquerda e PCP.

Lembre-se que ainda há dois dias o Negócios noticiou que o PS teria cedido ao BE e aceitado repor os salários já em 2016, mas de uma forma gradual, ou seja, ao ritmo de 20% a cada trimestre, até atingir os 80% que faltam. O PS defendeu, durante a campanha eleitoral, que a devolução gradual se estendesse por um período de dois anos. Já o BE defendia a reposição total logo no início do próximo ano.

“Nós queremos discutir a reposição em 2016. Ficamos à espera da proposta do Governo. E depois se o Governo disser não pode ser no primeiro semestre” a Frente Comum consultará os seus sindicatos, escreve o mesmo jornal.

Do caderno reivindicativo constam ainda a proposta de aumento salarial de 4%, “com um mínimo de 50 euros por trabalhador”, a redução “imediata” do horário de trabalho para as 35 horas, a “revogação imediata da sobretaxa de IRS, o alargamento dos escalões de IRS e o aumento das deduções à coleta em despesas de saúde ou habitação”. E ainda a reposição do número de dias de férias, a reintegração dos funcionários em requalificação ou até a aplicação do “vínculo público de nomeação” a todos os trabalhadores e funcionários.

Ana Avoila considerou que “há hoje melhores condições” políticas para defender as reivindicações dos trabalhadores, referindo-se à nova maioria de deputados no Parlamento.

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