As ações da Pharol (antiga PT SGPS) já estiveram a disparar 14% na bolsa de Lisboa esta segunda-feira, com notícias de que a Letter One – empresa do milionário russo Mikhail Fridman – está disponível para contribuir para a muito aguardada “consolidação no setor de telecomunicações no Brasil, mediante uma possível combinação dos negócios [da Oi] com a TIM Participações“. Contribuir como? Com até quatro mil milhões de dólares, equivalente a 3,6 mil milhões de euros.

A informação consta de comunicado enviado esta manhã pela Pharol ao regulador do mercado português, a CMVM, e está a levar as ações da empresa a subirem cerca de 10% para 37,1 cêntimos. A Pharol tem 27,2% do capital da Oi, após a fusão da antiga Portugal Telecom com a operadora brasileira.

A disponibilidade da Letter One para investir na Oi é o resultado dos contactos feitos pela consultora BTG Pactual, contratada pela Oi em setembro para encontrar um parceiro para uma eventual fusão entre a Oi e a TIM. A confirmar-se a operação, o mercado brasileiro de telecomunicações passaria a ter menos concorrentes, o que poderia contribuir para aumentar a rentabilidade da empresa.

A “proposta será devidamente analisada pela Companhia, em conjunto com seus assessores legais e financeiros”, pode ler-se no comunicado da Oi enviado pela Pharol à CMVM. Mikhail Fridman é um milionário russo que, através deste fundo Letter One, tem participações em outras empresas do setor das telecomunicações. A operação, a materializar-se, não irá provocar uma diluição do valor detido pelos acionistas da Oi, garante a empresa.

“A fusão destas duas operadoras brasileiras permitiria alcançar quase 44% do mercado de telecomunicações do país, tornando-se a operadora com a maior quota de mercado”, assinala Pedro Ricardo Santos, gestor da corretora XTB Portugal. “A injeção também de capital poderia satisfazer a ambição de internacionalização do grupo tornando-se um dos maiores operadores da América Latina”, acrescenta o especialista.

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