A Comissão Europeia foi avisada, em 2013, pelo comissário europeu do Ambiente, que os fabricantes de carros estavam a manipular motores para passar nos testes de emissões poluentes, muito antes do escândalo da Volkswagen, o fabricante alemão que reconheceu, em setembro, ter equipado milhares de veículos com motores diesel com um dispositivo para distorcer os resultados dos testes de emissões poluentes.

Os dirigentes da União Europeia estavam ao corrente do problema dois anos antes de ser conhecido, mas permitiram que as brechas regulatórias permanecessem, segundo o Financial Times, que cita uma troca de correspondência entre responsáveis europeus.

O então comissário do Ambiente, Janez Potocnik, menciona o problema numa carta, datada de fevereiro de 2013, endereçada ao comissário da Política Industrial, Antonio Tajani, de acordo com o jornal.

“Há preocupações generalizadas de que o desempenho [dos motores] tenha sido ajustado para cumprir o ciclo de testes, apesar de um significativo aumento das emissões fora desse contexto”, escreveu Janez Potocnik, segundo o mesmo jornal.

A 18 de setembro foram conhecidos publicamente os resultados de testes a emissões poluentes de viaturas equipadas com motores ‘diesel’ do grupo Volkswagen, relativamente às marcas Volkswagen, Audi, Seat e Sköda, concluindo-se pela existência de viaturas equipadas com um dispositivo que permite a manipulação de informação relativa a emissões poluentes.

O grupo alemão admitiu a existência de 11 milhões de carros nestas circunstâncias, e em Portugal, de acordo com informação divulgada pela SIVA, representante das marcas Volkswagen, Audi e Sköda, estima-se que existam cerca de 94 mil viaturas afetadas, mais 23 mil da marca Seat, totalizando 117 mil veículos.

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