Ainda tem alguma dificuldade em descrever o que faz. Segundo Pedro Magalhães, fundador e diretor geral da Europalco, a “empresa mantém o foco nos eventos corporativos, com um produto ‘chave-na-mão’. Temos uma oferta global de todos os serviços necessários para fazer um evento, a nível de audiovisuais, impressões e até costura”.

Esta fórmula é uma das vantagens competitivas de uma empresa que, no espaço de um ano, organiza cerca de 1500 eventos. E os números continuam a crescer.

Um bichinho que foi crescendo…

Aos 44 anos, Pedro recorda como construiu uma empresa a partir da raiz. Ainda adolescente, com apenas 16 anos, começou a trabalhar por conta própria no circuito dos eventos. “Foi uma brincadeira que se tornou muito séria. Era disc jockey e passava umas músicas, mas gostava mesmo do trabalho. É um bicho que não nos larga”, recorda.

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O mercado na altura era muito diferente: “Não se passava nada. Só havia festas… Era essa a palavra que descrevia os eventos na época. Hoje, não. O país passou a ter mais infraestruturas, mais espaços. Começaram a surgir grupos que procuram grandes eventos… A própria palavra ‘evento’ banalizou-se.”

No início, Pedro trabalhava sozinho, em eventos pequenos. Levava o equipamento numa carrinha e assim conseguiu aprender. Aos 26 anos, fundou a Europalco e o balanço dos primeiros doze meses de atividade mostra bem a relevância que este nicho de mercado assumiu: “No ano passado fizemos milhar e meio de eventos. Mas nesse primeiro ano [1997], se fiz 20 eventos, foi muito.”

Nunca esperar pelo cliente

É um trabalho constante. “A equipa é quase como uma família. Trabalhamos longas horas e temos que estar preparados para qualquer mudança de última hora”, confessa Pedro. O ritmo é acelerado e, mesmo com imensa concorrência, a empresa continua a antecipar-se.

“Tentámos pensar de forma diferente e, em vez de aguardarmos o contacto de um cliente, criamos a necessidade. Apresentamos produtos inovadores, de criação própria, como o biombo.” Esta peça – um biombo com projeção vídeo, em diversos formatos – foi introduzida no mercado há cerca de seis meses, com rápida aceitação.

A empresa disponibiliza estas soluções de norte a sul do país e conta com 65 pessoas na equipa, além de um número equivalente de freelancers.

“Aqui temos todos os departamentos: administração, marketing, logística, comercial, etc. Mas também temos carpinteiros, costureiras, responsáveis de armazém e vários operacionais. Temos que ter uma equipa fixa com todas estas funções, a tempo inteiro”, revela Pedro. “Pelo menos uma vez por ano temos um evento emblemático, com força para se destacar no portfolio.”

“Venham cá ver (Portugal)”

“2015 está a ser um bom ano e ainda faltam vários projetos”. Entre os grandes clientes da Europalco estão marcas automóveis que escolhem Portugal para lançar os novos modelos topos de gama. Entre setembro e outubro, o espaço desenvolvido pela empresa para a apresentação mundial do BMW 7 recebeu, todos os dias, jornalistas e fotógrafos estrangeiros. Mas Pedro continua a pensar mais longe.

“Nós procuramos que o cliente tenha apenas um intermediário e, em cada evento, basta falar connosco para acompanhar todo o processo. Ao termos todas as soluções numa única empresa, sem ter de subcontratar outras, o cliente sente-se mais seguro e perde muito menos tempo”, explica Pedro. No caso de clientes internacionais, esta questão é ainda mais importante. Ao entrarem num mercado desconhecido [o português], qualquer apoio ou simplificação na organização do evento, implica menos riscos.

O sucesso junto de clientes estrangeiros é ainda mais importante para a Europalco, numa altura em começa a dar os primeiros passos seguros na internacionalização. “Esta área é muito forte lá fora e, só adquirindo outras empresas, é que conseguíamos replicar o modelo e as condições que definimos. Assim, quisemos menos riscos”, diz Pedro. O resultado? Aproveitar a rede de contactos e o portfolio já construídos dentro de portas e trazer os eventos para Portugal.