Um grupo de angolanos vai organizar na sexta-feira e no domingo uma vigília e um protesto pacífico para pedir a libertação de todos os ativistas detidos em Angola, disse hoje à agência Lusa uma fonte da organização.

“Pretendemos que o Governo [de Angola] liberte incondicionalmente, e tão rapidamente quanto possível, os ativistas detidos. Que os liberte a todos sem exceção”, afirmou Mariano Congo, um canadiano de origem angolana, membro do grupo “Compatriotas Livres’.

O grupo vai promover, junto ao Queen’s Park, o Parlamento Provincial do Ontário, em Toronto, na sexta-feira, entre as 18:00 e as 20:30 (22:00 e as 00:30 de Lisboa) uma vigília onde será declamada poesia angolana e pedida a libertação de ativistas detidos em Angola. Depois, no domingo, entre as 13:00 e as 16:00 (18:00 e as 21:00 de Lisboa), haverá uma manifestação pacífica.

O objetivo destas iniciativas é “dar outra visibilidade à questão”, segundo Mariano Congo, de 43 anos de idade e no Canadá há 14. Mariano Congo pede ainda às autoridades do seu país de origem que “não persigam as pessoas” por causa das suas opiniões.

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Os organizadores destas iniciativas querem, ainda, convencer a Presidência de Angola e “todos os elementos do Governo” de que “não se devem amedrontar com as críticas dos membros da sociedade”, porque “toda essa contradição pode gerar desenvolvimento para o país”.

“Talvez possam ser incluídas no sistema de governação pois podem trazer mudanças ao próprio país”, acrescentou Mariano Congo.

O ativista frisou ainda “que não é necessário reprimir o povo, mesmo que as pessoas não concordem com o governo”, pretendendo a longo prazo criar uma plataforma para que todos possam “dialogar abertamente e expressar as suas ideias sem medo de represálias”.

“Estamos a juntar a nossa voz a outras iniciativas do género que decorreram em Lisboa e em Londres ou, mais recentemente, nos Estados Unidos, [é] uma demonstração de solidariedade”, referiu por seu turno Fátima Borges, de 50 anos, a canadiana de origem angolana, a residir há três décadas na América do Norte.

Existem mais de 200 angolanos em Toronto e a organização destas iniciativas espera “uma boa adesão, não só de angolanos mas de toda a comunidade em geral”.