O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, decretou, esta quarta-feira, um aumento salarial de 30% para os professores do setor público com o objetivo de proteger os rendimentos dos docentes face a uma inflação que ronda os 85%.

“Decidi que todo o quadro de professores do setor educativo recebe um aumento de 30% adicional para o final do ano”, disse. Maduro considera que este índice elevado é consequência da “guerra económica” da oposição com o fim de desestabilizar o seu governo.

“Há que proteger o rendimento dos trabalhadores face à guerra económica, e agora a decisão não é apenas proteger e perseguir a guerra económica, é ir à frente da guerra económica e da inflação induzida”, disse.

O chefe de Estado venezuelano decretou, no dia 15, um aumento do ordenado mínimo de 30% e ajuste na mesma medida em todas as tabelas e escalões da administração pública. Com o novo aumento (o quarto em 2015), que produz efeitos em novembro, o salário mínimo dos venezuelanos sobe de 7.421,66 para 9.649 bolívares (de 1033 para 1343,49 euros).

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Os venezuelanos queixam-se com frequência dos altos preços dos produtos, num país onde um café custa 70 bolívares (9,74 euros) e um quilograma de carne de vaca ronda os 1.500 bolívares (208,85 euros) à taxa de referência oficial de 6,30 bolívares por cada dólar norte-americano, usada para a importação de produtos prioritários.

No início do mês, o Centro de Documentação e Análise Social (Cendas) da Federação Venezuelana de Professores divulgou um relatório em que assinalou que uma família de cinco membros precisa de dez salários mínimos para adquirir o “cabaz de produtos básicos”.

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Comissão Económica para a América Latina e Caraíbas (Cepal) a inflação anual na Venezuela deverá ser superior a 180%.