O Montepio anunciou esta sexta-feira à noite prejuízos de 59,5 milhões de euros no terceiro trimestre do ano, que comparam com lucros de 19,5 milhões de euros em igual período do ano passado.

Uma das razões apontadas para esta degradação dos resultados é a queda de 224 milhões de euros nos resultados obtidos em operações financeiras para 145,7 milhões de euros, face ao valor apurado até setembro de 2014, que beneficiou dos lucros na venda de dívida pública portuguesa.

Apesar do sinal vermelho, o banco agora liderado por José Félix Morgado, destaca a melhoria de 211,5 milhões de euros nos resultados recorrentes até setembro, para o qual contribuíram a subida de 6,8% nos resultado com comissões, bem como uma redução dos custos operacionais do grupo que foi de 6,6% do segundo para o terceiro trimestre deste ano, e o aumento de 1,3% da margem financeira. 

Do lado negativo, o Montepio assinala a redução do volume de negócios, “decorrente da lenta e ainda frágil recuperação da economia nacional, que se reflete na redução de 5,3% do crédito líquido clientes”. 

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Em matéria de liquidez, é sublinhada uma “consolidação da sólida base de depósitos de clientes particulares”, que se fixou em nove mil milhões de euros. O comunicado sobre as contas não refere a evolução total dos depósitos ou recursos de clientes, nem o valor das provisões, que tem um impacto direto dos resultados. 

Em setembro do ano passado, o Montepio tinha depósitos da ordem dos 14 mil milhões de euros, dos quais dez mil milhões de euros eram de particulares (9,2 mil milhões de euros) e pequenos negócios e 2,8 mil milhões de euros eram de empresas. Este segmento terá sido o mais afetado pelas notícias que saíram há meses sobre a auditoria do Banco de Portugal e alegadas operações sob investigação. 

O Montepio refere igualmente o reforço dos fundos próprios e dos rácios de solvabilidade, para o qual contribuíram também medidas de mitigação dos riscos e um menor consumo de capital. 

Listas para as eleições da associação mutualista

A caixa económica tem um novo presidente executivo desde agosto, José Félix Morgado. E ainda este ano, a associação mutualista que e dona do banco vai a votos numa eleição que promete ser muito disputada. O prazo para a apresentação das listas candidatas terminava esta sexta-feira

Uma das listas já divulgadas inclui os nomes de João Proença, ex-presidente da UGT, e Bagão Félix, antigo ministro, para o conselho fiscal. O ainda presidente da associação mutualista e antigo presidente executivo do Montepio, António Tomás Correia, manifestou a intenção de se recandidatar.