O Presidente francês chegou esta segunda-feira à China, onde tentará obter o apoio deste país, o maior emissor de gases poluentes do mundo, para um acordo sobre o clima, visando o êxito da cimeira sobre alterações climáticas (COP21) de Paris.

François Hollande prevê a assinatura de uma declaração conjunta com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, que estabeleça uma meta para o aquecimento global de dois graus centígrados, com vista à cimeira que se realiza no final deste mês. Para esta deslocação, que deverá também servir para reforçar os laços económicos bilaterais, o líder francês leva uma delegação composta por cinco ministros e 50 empresários.

“É uma visita centrada na questão do clima, as novas tecnologias e a economia verde, com a declaração conjunta como o ponto culminante”, disse no domingo o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Laurent Fabius.

Antes de se encontrar com Xi em Pequim, Hollande visitará as instalações de uma empresa sino-francesa de tratamento de águas, na cidade de Chongqing, no centro do país. O segundo e último dia da visita será dedicado à cooperação entre as empresas dos dois países, com um fórum inaugurado pelo primeiro-ministro chinês, Li Keqiang.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A China é o segundo maior parceiro comercial da França. Em média, as transações comerciais diárias entre as duas nações somam 160 milhões de euros. A França é o terceiro destino do investimento chinês na Europa, a seguir ao Reino Unido e Alemanha. Portugal disputa o quarto lugar com a Itália. As 3.000 empresas francesas presentes no “gigante” asiático empregam mais de 570 mil pessoas, enquanto 200 empresas chinesas com atividade em França asseguram 20 mil postos de trabalho.

Esta é a segunda visita de um chefe de Estado europeu à China no espaço de uma semana, depois de a chanceler alemã, Angela Markel, ter concluído na sexta-feira passada uma deslocação de quatro dias ao país.

“Comparando com a receção dos líderes da Alemanha e França ao Dalai Lama, apesar dos protestos chineses, em 2007 e 2008, as coisas mudaram dramaticamente – a China agora tem a iniciativa nas relações sino-europeias”, escreveu um jornal do Partido Comunista Chinês na semana passada.

Após visitar a China, na segunda-feira à noite, a comitiva francesa viajará até à Coreia do Sul, onde está previsto um encontro entre Hollande e a presidente sul-coreana, Park Geun-hye, na primeira visita de um chefe de Estado francês àquele país em 15 anos. França e Coreia do Sul celebram este ano o 130.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas bilaterais.