A escavação do túnel do Marão, que possui 5,6 quilómetros e está inserido na Autoestrada do Marão, ficou concluída com a abertura da segunda galeria que atravessa a serra, anunciou hoje a Infraestruturas de Portugal (IP).

Menos de um mês depois da abertura da galeria sul, viveu-se na segunda-feira à noite, nas entranhas do Marão, mais um momento simbólico com a detonação da última carga explosiva que permitiu a junção das duas frentes de obra da galeria norte e a conclusão da escavação do túnel que atravessa a serra.

A IP referiu, em comunicado, que durante a noite foram retirados todos os escombros e a galeria foi atravessada pela primeira vez esta manhã, de Amarante a Vila Real, por uma delegação técnica encabeçada pelo presidente da empresa pública.

Os dois túneis foram construídos em paralelo, em quatro frentes de obra, e todos os trabalhos lá dentro decorrem também em simultâneo.

O objetivo é cumprir os prazos estipulados, que apontam para a conclusão da obra até ao final do ano e entrada em funcionamento da nova autoestrada até ao final do primeiro trimestre de 2016, seis anos do arranque dos trabalhos.

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No maior túnel rodoviário da Península Ibérica trabalham neste momento 580 pessoas. São 1.200 nas várias frentes de obra que tem decorrido “com um nível muito baixo de acidentes de trabalho e com nenhuma vítima mortal”.

Avanços e recuos, paragens e processos em tribunal, questões económicos e políticas marcaram a construção da via que começou em 2009 e vai ligar a Autoestrada 4 (A4), em Amarante, à Autoestrada Transmontana, em Vila Real.

Após ter resgatado a concessão da Autoestrada do Marão, depois da terceira paragem das obras em junho de 2011, a IP (então Estradas de Portugal) dividiu os trabalhos em três empreitadas, nomeadamente a do túnel e os acessos poente e nascente.

Para além da execução do túnel, o empreendimento compreende ainda a construção do sublanço com 9,9 quilómetros da ligação poente entre o nó do Itinerário Principal 4 (IP4) e o túnel e a ligação nascente, entre o túnel e o nó de Parada de Cunhos.

Esta ligação, igualmente com 9,9 quilómetros de extensão, inclui a execução de diversas obras de arte nomeadamente o viaduto sobre o vale do Rio Ovelha com 816 metros e o viaduto sobre o vale do Rio Marão com 915 metros.

A Autoestrada do Marão foi a primeira obra público privada resgatada pelo Estado, devido a incumprimentos por parte da concessionária.

O presidente da IP, António Ramalho, já disse que esta autoestrada vai ter um investimento final que ronda entre “os 260 a 280 milhões”, valores abaixo do inicialmente previsto de 345 milhões de euros.

Entretanto, a União Europeia atribuiu um cofinanciamento de 89 milhões de euros a esta empreitada no âmbito dos Fundos de Coesão.

Para atravessar os 26 quilómetros desta autoestrada ter-se-á que pagar cerca de dois euros de portagem.

É um valor, segundo António Ramalho, que fica também abaixo do inicialmente previsto e que é possível porque se “conseguiu poupar na construção” desta via.