O comandante distrital de Proteção Civil do Algarve defendeu que o estado de alerta azul emitido pela autoridade nacional no domingo para a região foi “eficiente e ajustado” e a prova é que “tudo correu bem”.

“Parece-me que o estado de alerta declarado [pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC)] provou-se que foi eficiente e ajustado”, disse aos jornalistas Vítor Vaz Pinto, sublinhando que a “prova evidente é que nunca houve falta de meios em lado nenhum” da região, sobretudo na zona de Albufeira, a mais fustigada pela forte chuva.

Aquele responsável refutava, assim, as críticas da Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Proteção Civil (Asprocivil) de que a ANPC deveria ter aumentado o nível de alerta para a região, no domingo, de azul para vermelho, já que o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) tinha colocado o Algarve sob aviso vermelho.

Vítor Vaz Pinto, que falava aos jornalistas após uma reunião na Câmara de Albufeira, que reuniu várias entidades, aproveitou para esclarecer que os avisos emitidos pelo IPMA são dirigidos à população, para que adote medidas de prevenção, e que os alertas emitidos pela ANPC têm a ver com o dispositivo de forças a acionar em resposta às situações.

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“O trabalho de casa foi feito, há planos prévios de intervenção que foram acionados, há planos de emergência que estavam em vigor e que estão a funcionar e tudo funcionou da forma que era expectável”, declarou.

Aquele responsável frisou, ainda, que estiveram envolvidos nas operações 1.200 elementos da Proteção Civil, apoiados por mais de 400 meios técnicos.

Em comunicado enviado na segunda-feira à agência Lusa, a Asprocivil refere que a ANPC devia ter aumentado o nível de alerta, já que o IPMA tinha colocado sob aviso vermelho – nível de situação meteorológica de risco extremo – o distrito de Faro, devido à previsão de chuva forte entre as 09:00 e as 15:00 de domingo.

A Asprocivil adiantou que, segundo informação divulgada pelo IPMA, entre as 05:00 e as 14:00 de domingo “choveram 102 litros (média habitual seria de 90 litros) por metro quadrado”, acrescentando ainda que, “entre as 12:00 e as 13:00, foi a hora em que mais choveu”, sendo que os dados recolhidos indicam 20 litros por metro quadrado naquela hora.

As chuvas intensas que se abateram sobre Albufeira no último domingo afetaram sobretudo o centro da cidade, destruindo estradas e viaturas e devastando estabelecimentos comerciais.

A dimensão dos estragos, que ainda não estão quantificados, já levou o presidente da Câmara de Albufeira a pedir ao Governo a declaração do estado de calamidade pública.