O primeiro-ministro da Roménia apresentou esta quarta-feira a sua demissão, depois de, ontem à noite, as ruas de Bucareste terem sido palco de uma manifestação contra o Governo na sequência da explosão numa discoteca que vitimou, no final da semana passada, mais de 30 pessoas. A renúncia de Victor Ponta, e do resto do Governo, está a ser vista pela oposição como “uma vitória das ruas” e “uma lição para todos os políticos”.

“Entrego o meu mandato, anuncio a minha renúncia, e implicitamente de todo o meu Governo”, anunciou Victor Ponta em comunicado, esclarecendo que o faz na sequência das “queixas legítimas” que se têm feito ouvir entre o povo romeno. “Espero que a minha renúncia satisfaça as exigências dos manifestantes”, disse citado pelo jornal britânico The Guardian. Ponta esclareceu ainda que ficaria no cargo até o Presidente indigitar outra pessoa a formar governo.

Na terça-feira à tarde cerca de 20 mil pessoas saíram às ruas de Bucareste para pedir a demissão de Ponta e do ministro do Interior, Gabriel Oprea, assim como do presidente da câmara do município onde se localizava a discoteca Colectiv – que na passada sexta-feira explodiu provocando mais de 30 mortos e mais de uma centena de feridos. Os manifestantes, que erguiam cartazes a pedir a demissão do Governo, gritavam palavras de ordem como “vergonha!” ou “assassinos”, culpando o poder central e local pela explosão de que o clube noturno foi alvo.

A explosão na discoteca terá começado quando, durante um concerto de heavy metal, uma faísca de pirotecnia incendiou objetos de decoração da discoteca desencadeando o incêndio. Morreram 32 pessoas, sendo que 130 ainda estão hospitalizadas. 

O partido Liberal romeno, na oposição, reagiu à demissão do Governo falando em “vitória das ruas”. “É uma vitória das ruas e uma lição para todos os políticos”, disse o número dois do partido e ex-governante Catalin Predoiu.

Cabe agora ao Presidente Klaus Iohannis nomear um novo primeiro-ministro para formar governo, que depois precisa de ser aprovado no Parlamento. A lógica é esta: se esse novo governo vier a ser chumbado no Parlamento, então terão de ser convocadas eleições antecipadas. Dentro do calendário normal, a Roménia tem eleições legislativas em dezembro do próximo ano.

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