“Uma democracia não sobrevive sem liberdade de expressão e sem liberdade de imprensa”, afirmou Pinto Balsemão, num artigo de opinião para a revista Sábado. Este artigo do patrão da Impresa (SIC, Expresso, Visão), surge na sequência da providência cautelar interposta por José Sócrates proibindo os órgãos do grupo Cofina (Correio da Manhã, jornal e TV, Jornal de Negócios e a newsmagzine) de publicar notícias sobre o processo “Operação Marquês”.

Sobre essa providência cautelar, o dono do grupo Impresa diz lamentar qualquer decisão que “possa limitar o trabalho de um jornalista. Condicionar a priori o exercício do jornalismo parece-me um sintoma grave para a democracia”. Pinto Balsemão salienta que, enquanto dono de um grupo de comunicação social e ex-jornalista, a providência cautelar causa-lhe “preocupação, já que pode constranger a liberdade de informar”.

Mas Pinto Balsemão também pede “responsabilidade” aos jornalistas, salientando a necessidade de seguir a deontologia da profissão e de respeitar as leis. E refere ser “importante reforçar os mecanismos de auto-regulação, porque só assim poderemos ter um jornalismo sério, isento e independente de todos os poderes”. 

Global Media não publica anúncio do Correio de Manhã

Esta semana soube-se ainda que um anúncio do Correio da Manhã (CM), alusivo à providência cautelar de que o grupo Cofina foi alvo, não foi publicado nos jornais Diário de Notícias e Jornal de Notícias. Segundo o Expresso diário de ontem, a decisão foi tomada por Proença de Carvalho, o presidente da Global Media, a empresa de média que detém ambos os títulos.

Em declarações ao mesmo semanário, José Carlos Lourenço, administrador com o pelouro das operações na Global Media, anunciou ter liderado a decisão, justificando: “Achámos que aquilo era uma campanha de publicidade ao ‘CM’ e não uma campanha de liberdade de imprensa”. Octávio Ribeiro, diretor do Correio da Manhã, disse lamentar esta decisão da Global Media. “O que está em causa nesta situação de proibição de noticiar o processo de Sócrates é a defesa de um bem comum”, afirmou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR