Centenas de professores poderão ter sido colocados irregularmente em escolas próximas das suas áreas de residência, alegando doenças próprias ou de familiares aproveitando os chamados destacamentos por condição específica (DCE). Esta situação já levou à chamada de vários professores às juntas médicas e vários profissionais de saúde estão sob a alçada dos conselhos disciplinares da Ordem dos Médicos.

O Diário de Notícias, na sua edição impressa desta sexta-feira, dá conta que este caso foi aberto na sequência de denúncias ocorridas principalmente na zona de Bragança, dando o exemplo de uma médica espanhola que passou dezenas de atestados a docentes. 

Só nesta zona do país 360 professores foram colocados de acordo com os DCE, sendo que mais de uma centena deles no mesmo agrupamento de escolas localizado no centro da capital do distrito. O Ministério da Educação e da Ciência esclareceu já, em declarações ao DN, que “as averiguações” a casos suspeitos “não se reportaram apenas a situações numa determinada zona do país”.

A intenção de esclarecer, através das juntas médicas, este número invulgarmente alto de casos em Bragança já tinha sido manifestada, no início de setembro, pelo ministro Nuno Crato. No entanto esta medida ficou dependente das conclusões de uma investigação da Inspeção-Geral da Educação e da Ciência (IGEC). Assim, e confirmados os casos suspeitos, avançou-se para o esclarecimento.

O gabinete da nova ministra Margarida Mano explicou que “na sequência de queixas apresentadas e da incidência geográfica de elevado número de pedidos de mobilidade por doença, a DGAE (Direção Geral de Estabelecimentos Escolares), em articulação com a IGEC, procedeu a uma análise de diversas situações”, confirmando em seguida que depois desta averiguação prévia “aqueles que suscitam dúvidas serão sujeitos a ação da junta médica da ADSE.”

O Ministério não quis, no entanto, especificar o número de professores envolvidos nesta ação.

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