As promessas de redução das emissões de gases de efeito de estufa assumidas pelos Estados a nível mundial estão “longe de serem suficientes” para travar o aquecimento global, advertiu hoje a ONU.

O alerta da organização consta num relatório do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP, na sigla em inglês), hoje divulgado, e surge três semanas antes da cimeira internacional do clima em Paris, já qualificada como crucial.

Caso sejam respeitados, os esforços voluntários dos 146 Estados internacionais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, nomeadamente as emissões de dióxido de carbono (CO2), só iriam produzir um terço dos cortes necessários até 2030 para evitar o sobreaquecimento da Terra, segundo o relatório.

Os países têm feito “um compromisso de nível histórico” com as suas promessas, afirmou o diretor-executivo da UNEP, Achim Steiner, num comunicado.

“No entanto, elas não são suficientes para limitar o aumento da temperatura global no nível recomendado de dois graus Celsius neste século e, portanto, prevenir os piores impactos das alterações climáticas”, frisou o representante.

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O acordo internacional contra o aquecimento global, cuja assinatura é aguardada na cimeira de Paris, terá “de adotar uma abordagem dinâmica”, com uma revisão em alta e de frequência regular de metas e meios, defendeu Achim Steiner.

Segundo o relatório da UNEP, realizado por uma equipa internacional de investigadores, os planos nacionais de redução de emissões de gases, conhecidos como INDCs e divulgados no passado dia 01 de outubro, resultariam num aumento provável entre os três e os 3,5 graus Celsius até 2100.

A cimeira na capital francesa vai decorrer de 30 de novembro a 11 de dezembro. A França decidiu suspender o acordo de Schengen durante quatro semanas e instaurar controlo de fronteiras face à situação que se vive no mundo, nomeadamente as suspeitas de terrorismo na queda do voo russo no Sinai.