O balanço das vítimas mortais no incêndio, a 30 de outubro, numa discoteca de Bucareste subiu hoje para 41, ao mesmo tempo que milhares de romenos voltaram a manifestar-se contra os políticos corruptos.

Ao todo, sete feridos, com queimaduras e problemas respiratórios graves, morreram em hospitais de Bucareste, e dois na Holanda, para onde tinham sido transferidos, de acordo com várias fontes médicas e governamentais.

Uma centena de pessoas, sobretudo jovens, continua hospitalizada, incluindo cerca de 40 em estado “grave e crítico”, de acordo com o último balanço da tragédia, que chocou a Roménia e provocou a queda do Governo do social-democrata Victor Ponta.

Na sexta-feira, 16 feridos foram levados de avião para hospitais na Bélgica e na Holanda. Hoje, dois feridos foram transferidos para a Áustria, indicou o Ministério do Interior romeno.

A 30 de outubro, um violento incêndio deflagrou numa discoteca no centro da capital, quando decorria um espetáculo de pirotecnia durante um concerto de “hard rock”.

Os primeiros elementos do inquérito mostraram a existência de várias falhas nas regras de segurança, nomeadamente a existência de uma única porta aberta, a ausência de saídas de emergência e a utilização de materiais inflamáveis no isolamento acústico.

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Os três proprietários da discoteca “Colectiv”, acusados de homicídio involuntário e em detenção desde terça-feira, não possuíam autorizações necessárias para realizar concertos ou espetáculos pirotécnicos.

O acidente causou um movimento de protestos inédito no país contra uma classe política considerada corrupta e responsabilizada pela tragédia.

De acordo com as autoridades, cerca de três mil pessoas, sobretudo jovens, manifestaram-se hoje, em Bucareste, pela quinta noite, para exigir mudanças profundas na sociedade romena.

“Roménia, acorda!”, “Colectiv!”, gritaram os manifestantes, concentrados na Praça da Universidade, centro da revolução popular contra o regime do ditador Nicolae Ceausescu, em 1989.

Centenas de manifestantes percorreram hoje as ruas em outras grandes cidades do país, nomeadamente Cluj, Sibiu (norte) e Timisoara (oeste).

Na véspera, cerca de 15 mil pessoas manifestaram-se em todo o país.