A líder da oposição da Birmânia, Aung San Suu Kyi, votou esta manhã (madrugada em Lisboa) em Rangum, nas eleições que poderão dar a maioria ao seu partido, a Liga Nacional para a Democracia (LND). São as primeiras eleições livres em 25 anos.

Aung San Suu Kyi, antiga prisioneira política, exerceu o seu direito de voto numa escola no centro de Rangum. Cerca de 30 milhões de eleitores votam hoje.

Como uma blusa vermelha e flores no cabelo, Suu Kyi foi cercada por dezenas de jornalistas no local e aclamada por apoiantes que gritavam ‘vitória, vitória’.

As legislativas anteriores realizaram-se em novembro de 2010, quando a junta organizou as primeiras eleições em 20 anos. A LND boicotou o escrutínio e foi dissolvida.

Nas legislativas de maio de 1990, a LND tinha conquistado mais de 80% dos lugares, mas os militares no poder rejeitaram os resultados.

Prémio Nobel da Paz em 1991, Suu Kyi, que a junta militar manteve sob detenção durante mais de 15 anos, está impedida de se candidatar à presidência birmanesa devido a um artigo da Constituição, que exclui pessoas casadas ou com filhos estrangeiros – uma disposição que se considera visar diretamente a opositora, viúva de um britânico e com filhos de nacionalidade britânica.

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O escrutínio é visto como um teste à transição democrática em curso desde da autodissolução do regime militar em 2011.

Participaram 80% dos eleitores

As urnas de voto fecharam na Birmânia tendo participado no escrutínio 80% dos eleitores, segundo a comissão eleitoral.

“Cerca de 80% dos [mais de 30 milhões de] eleitores compareceram hoje”, segundo as primeiras estimativas, afirmou à AFP Thant Zin Aung, representante da comissão eleitoral.

Mais de 93 partidos políticos apresentaram candidatos e milhares de birmaneses votaram pela primeira vez, num país dominado desde 1962 pelos militares.