Está encontrada a solução para resolver a questão dos bancos demasiados grandes para falir e para evitar que os contribuintes tenham de voltar a resgatar instituições financeiras. Foi com este nível de confiança que o Financial Stability Board (FSB), um organismo que faz recomendações de política para o G20, apresentou um conjunto de propostas que visam garantir uma mudança de cultura na banca.

“Estas propostas vão ajudar a mudar o sistema [financeiro] de forma a que os bancos individuais, bem como os seus investidores e credores, assumam os custos das suas próprias ações”, escreveu Mark Carney no documento que será apresentado ao G20 no final deste mês. Mark Carney é governador do Banco de Inglaterra e preside aos trabalhos deste organismo com sede em Basileia, na Suíça.

Carney reconhece, contudo, que “acabar com os bancos demasiado grandes para cair poderá nunca ser algo garantido, porque nem todas as instituições financeiras podem ser totalmente protegidas de choques externos”. Mas deve ser possível reforçar a sua situação com mecanismos que permitam que eventuais perdas sejam absorvidas pelos seus próprios meios, em oposição a empréstimos públicos à banca.

O plano, que se chama Total Loss Absorbing Capacity (TLAC), passa pelo reforço da solidez dos bancos mas não através do aumento de capital próprio – como preveem as regras de Basileia. O que Carney e o FSB defendem é que os bancos emitam um tipo específico de instrumentos de dívida que possam ser convertidos em capital caso haja problemas nos bancos.

O FSB calcula que, para respeitar os pressupostos deste plano, os grandes bancos globais tenham de emitir cerca de 1,1 biliões neste tipo de instrumentos. Isso pode penalizar os lucros dos bancos, já que esses instrumentos implicam, claro, o pagamento de juros. Os bancos já estão a gerir a entrada em vigor nas novas regras de capital de Basileia, que obrigam a ter mais capital.

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