As seguradoras portuguesas receberam nos primeiros dias após as cheias em Albufeira, registadas a 01 de novembro, mais de mil participações que a Associação Portuguesa de Seguradores (APS) diz corresponder a 10 milhões de euros de valores cobertos.

“Dos processos já abertos, quase 500 incidiram sobre danos em habitações, com valores da ordem dos 2,4 milhões de euros”, lê-se no comunicado emitido hoje por aquela associação.

Segundo acrescenta a entidade, os danos reportados em estabelecimentos comerciais e industriais ascendem a indemnizações pagas ou provisionadas na ordem dos 7,8 milhões de euros.

Os dados reportados à autarquia por 100 dos cerca de 300 comerciantes das zonas afetadas apontam para prejuízos de milhões de euros, segundo disse no domingo à Lusa a vereadora responsável pelo pelouro da Proteção Civil, Ana Vidigal.

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De acordo com a APS, “tudo indica, porém, que o apoio da atividade seguradora às vítimas desta catástrofe se venha a estender muito”, admitindo que ainda existem muitos seguros por acionar por proprietários afetados.

Os danos participados em cerca de 150 automóveis cobertos por apólices que asseguram este tipo de ocorrência ultrapassam os 300 mil euros.

A 01 de novembro vários concelhos algarvios foram afetados por chuva intensa e prolongada, tendo colocado a Proteção Civil em ação para fazer face a várias ocorrências mas o cidade de Albufeira foi a mais afetada, particularmente a zona mais litoral e turística.

No dia seguinte ao temporal, o presidente da Associação de Comerciantes de Albufeira apontou o mau planeamento na construção na baixa da cidade que afetou o curso natural das linhas da água.

De acordo com o presidente da Câmara Municipal de Albufeira além dos trabalhos de limpeza e recuperação dos danos provocados pelas cheias está já em curso um trabalho de análise e avaliação para perceber quais as medidas que podem ser implementadas para minorar ou evitar igual impacto em situações semelhantes.

“Isto aconteceria sempre porque a natureza quando fala, fala sempre mais alto. Só não aconteceria se não houvesse aqui urbanismo. Mas de qualquer maneira isto é um leito de cheia, haveria sempre aqui uma cheia”, disse Carlos Silva e Sousa à Lusa.