O diretor da ARCOLisboa, o espanhol Carlos Urroz, considera que a presença de artistas africanos nas galerias portuguesas pode ser “um chamariz” para que colecionadores de todo o Mundo vão à feira portuguesa, em maio de 2016.

“Creio que os conteúdos de artistas africanos, que em alguns casos já estão nas galerias portuguesas, poderão ser um grande atrativo para galeristas de todo o mundo. E queremos potenciar isso, não apenas com galerias africanas – se as houver, suficientemente boas, então encantados – mas sobretudo que a parte lusófona de África esteja presente na feira”, disse Carlos Urroz em entrevista à agência Lusa.

Naquela que é a primeira feira de arte com a marca ARCO fora de Espanha, de 26 a 29 de maio de 2016, na Fábrica Nacional da Cordoaria, em Lisboa, os responsáveis da organização sabem que a ligação de Portugal aos outros países da Lusofonia – desde as antigas colónias em África ao Brasil – pode significar mais oportunidades de negócio.

“Há muitos colecionadores do Brasil que já têm uma ligação a Lisboa – porque já lá têm uma residência ou estão a comprar lá uma segunda residência – e isso significa uma circulação de colecionadores brasileiros muito natural – como acontece com a América Latina e a ARCOMadrid”, disse Carlos Urroz.

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O peso da ARCOMadrid, com contactos estabelecidos ao longo de 35 edições, fará o resto.

“Mas queremos também cativar todo um mundo de colecionadores norte-americanos, do Centro da Europa – com quem já temos ligação em Madrid – para que venham a Lisboa”, completou.

Urroz reafirmou que a intenção da ARCO e da IFEMA (Feira de Madrid, organizadora da ARCO) é a de realizar a feira de arte lisboeta com a sua marca todos os anos.

“A ARCOLisboa irá evoluindo – na medida em que haverá coisas que funcionam e outras que não – mas há um compromisso a médio prazo com o espaço da Cordoaria, com as galerias portuguesas e com a IFEMA”, declarou. Urroz revelou ainda que “o Comité Organizador da ARCOLisboa” está já 80% apalavrado.

“Já falámos com cerca de 80% do comité organizador, mas o que se passa é que o temos de [o] tornar oficial – através de carta. Este comité terá galeristas portugueses, brasileiros e outros europeus”, concluiu.

Fora deste comité estará o galerista Pedro Cera, que integra o Comité da ARCOMadrid, revelou o próprio à agência Lusa, embora, como confirmou, a sua galeria seja uma das cerca de 40 presentes na edição portuguesa.