Os três aspirantes a candidatos republicanos à Presidência dos EUA em 2016, Donald Trump, Ben Carson e Marco Rubio, deixaram claro, na terça-feira, que não sobem o salário mínimo no país se chegarem à Casa Branca. Durante o quarto debate das primárias republicanas, os três mostraram sem ambiguidades a sua recusa à proposta dos sindicatos para um aumento do salário mínimo federal, dos atuais 7,25 dólares por hora até aos 15 dólares.

Os conservadores pronunciaram-se desta forma no dia em que o governador de Nova Iorque, o democrata Andrew Cuomo, anunciou que, a partir de 31 de dezembro, vai aumentar gradualmente até aos 15 dólares por hora o ordenado mínimo de todos os funcionários públicos, convertendo Nova Iorque no primeiro estado norte-americano a adotar essa medida.

Questionado se seguiria os passos de Cuomo a nível federal, o magnata Donald Trump foi taxativo, afirmando que não o fará, porque quando existem “salários muito elevados não se pode competir com o mundo”. “Temos sido um país grande em todas as frentes e agora não ganhamos. Os impostos são muito altos, os salários são muito altos. Não podemos competir com o mundo”, disse Trump, que lidera as sondagens republicanas.

Por seu lado, o neurocirurgião Ben Carson defendeu a sua oposição a uma atualização salarial sob o argumento de que faz subir o desemprego para todos, sobretudo para os afroamericanos. “Não aumentarei, porque quero estar seguro de que as pessoas podem entrar no mercado laboral”, disse o único aspirante afroamericano e segundo nas sondagens relativas às primárias dentro do Partido Republicano.

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O senador pela Florida Marco Rubio, de origem cubana, argumentou, por seu turno, que subir o salário mínimo “não é a melhor forma, mas antes um desastre”. “Assim faremos com que as pessoas sejam mais caras do que uma máquina. O que temos de fazer é converter os Estados Unidos no melhor lugar para fazer negócios. Temos de levar a cabo uma reforma impositiva, controlar a dívida”, sustentou.

Rubio, que começou a sua argumentação recordando, como costuma, a história de superação dos seus pais imigrantes, pronunciou uma das frases mais polémicas do debate, ao afirmar que os Estados Unidos “precisam mais soldadores do que filósofos”, comentário que desencadeou uma onda de reações na rede social Twitter.

O Milwaukee Theater de Milwaukee (Wisconsin) acolheu esta terça-feira o quarto debate entre aspirantes republicanos à nomeação para a Casa Branca, organizado pela “Fox Business” e “The Wall Street Journal”, no qual participaram os oito pré-candidatos republicanos melhor posicionados nas sondagens.