O ex-militar António Silva, 63 anos, apresentou a sua candidatura à Presidência da República, cargo que pretende exercer pelos portugueses, sem partido, com “pulso” e seguindo a ideologia do general Humberto Delgado.

“Serei o presidente de todos os portugueses mas não de uma só cor”, afirmou à Lusa o candidato a Belém independente cuja campanha “será feita só com a bandeira nacional” e sem cores partidárias.

Sobre o momento atual na vida política do país, o ex-militar da Força Aérea explicou que “não pactuaria” com a coligação PSD/CDS-PP porque “não governou como prometeu ao eleitorado”.

“Eu de imediato indigitaria António Costa e acabava com esta fantochada. E depois punha-me atento. Acaso achasse que não estavam a cumprir com o programa eu correria com eles de lá para fora”, destacou.

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Perante uma dezena de apoiantes, António Silva prometeu que se vencer as eleições irá não só “cumprir e fazer cumprir a Constituição”, mas também atuar junto de qualquer governo que não cumpra com o que prometeu ao eleitorado.

“Não pactuarei com o regime, ou seja, quero seguir os passos do general Humberto Delgado, que também foi militar. Quero seguir a ideologia desse senhor [e] estar ao lado do povo”, frisou o antigo militar que contou ter colaborado com a revolução do 25 de Abril.

O candidato quer também “obrigar a retornar a riqueza” que existiu em Portugal e assegura que irá “obrigar a que os políticos (…) cumpram e colaborem com o povo português”.

António Silva disse ainda pretender “garantir estabilidade ao país, garantir à população portuguesa que tem alguém do lado dela”.

“Tenho 63 anos e enquanto estiver cá irei salvaguardar a nação e o povo português. É essa a intenção da minha candidatura”, destacou o candidato que disse já ter ultrapassado as 7.500 assinaturas necessárias para formalizar a sua candidatura junto do Tribunal Constitucional.

Questionado sobre as razões que o levaram a apresentar agora esta candidatura, António Silva explicou ser por não estar a ver conseguidas as razões que levaram os militares arriscar e lutar no 25 de Abril.

“Ainda estamos pior que antes do 25 de Abril”, lamentou.

Para o candidato, qualquer governo “terá que respeitar os jovens, os militares e os idosos”, prometendo “ser um Presidente da República de pulso” que não irá pactuar “com a corrupção e os seus mentores”.

O antigo militar disse também que “gostaria que alterassem a Constituição para acabar com a imunidade política” e acrescentou: “Se um militar, um civil é condenado por qualquer crime que seja, porque não condenar os outros?”.