Na cimeira de urgência da União Europeia na capital de Malta em Valeta, os líderes europeus acordaram pagar uma quantia que pode chegar aos 3 mil milhões de euros à Turquia para ajudar a travar o fluxo de refugiados que entram na Europa através do país liderado por Tyyip Erdogan e para apoiar os campos de refugiados aí presentes.

Como conta o jornal The Guardian, na próxima semana os líderes da União esperam receber Erdogan numa cimeira extraordinária em Bruxelas para finalizar os últimos pormenores do acordo. Em troca do dinheiro vai ser pedido também à Turquia que patrulhe a fronteira com a Grécia no sul Europa e que controle a entrada maciça de emigrantes provenientes, principalmente, da Síria. 

Em troca, e para além do dinheiro, que será pago ao longo dos próximos dois anos, a União Europeia poderá aceitar receber centenas de milhares de refugiados que chegam diretamente da Turquia. Ao Finantial Times (FT) algumas fontes oficiais revelaram que um próximo acordo poderá incluir vistos europeus para cidadãos turcos e a promessa de recomeçar conversações sobre a candidatura de adesão do país à União Europeia.

A Comissão Europeia vai propor aos Estados Membros que paguem 2.5 mil milhões, com cada país a pagar uma quantia em proporção com o PIB de cada um. Os restantes 500 milhões irão sair do orçamento da União. 

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Mas a quantia a pagar não surgiu por acaso. Na cimeira de Malta os negociadores europeus terão informado que Erdogan exigia duas condições para se chegar a um acordo: o pagamento dos 3 mil milhões em dois anos e uma cimeira oficial para concluir a negociação. Segundo algumas fontes oficiais, citadas pelo The Guardian, Ankara terá transmitido também a mensagem de que, se as condições não fossem já aceites, o preço iria subir.

Canadá abre portas a mais refugiados

Justin Trudeau venceu as eleições canadianas no passado dia 19 de outubro, com uma campanha baseada em promessas de um novo rumo do Canadá em relação à política internacional. E parece estar a querer cumprir as promessas. 

Depois do seu antecessor Stephen Harper ter recusado receber 10 mil refugiados, o novo primeiro-ministro liberal não só vai aceitar esse número previamente acordado como se comprometeu a receber 25 mil refugiados sírios só até dezembro. Para além disso instou os outros países a abrirem as respetivas portas aos imigrantes. 

Numa conferência de imprensa, e citado pelo Wall Street Journal, o primeiro-ministro canadiano reforçou que “receber 25 mil refugiados no Canadá é um compromisso significativo que vai fazer uma grande diferença – não só para aqueles 25 mil mas como um exemplo para outros países a respeito de como podemos receber pessoas e integrá-las. A comunidade internacional tem que fazer melhor para ajudar países como a Turquia que está em estreita proximidade, mas também outros como a Jordânia”.

Este compromisso do novo Governo de Trudeau já mereceu também uma reação do Alto Comissário da União Europeia para os refugiados, António Guterres, que pediu aos outros países para “seguir o exemplo do Canadá, para galvanizar os seus recursos, e que aumentem dramaticamente o número de sírios que possam reconstruir as suas vidas num país seguro”.