Decididamente, aquele não é John McClane, o polícia durão dos vários filmes “Die Hard”. O sexagenário Bruce Willis acaba de estrear uma peça na Broadway e vê-se que já se passaram 17 anos desde que o primeiro episódio da saga chegou aos cinemas — o cabelo está branco e a careca, que andou anos a ser disfarçada por um corte total, é agora assumida. A ocasião justifica-o: Willis está a levar ao palco a adaptação de uma das obras mais conhecidas de Stephen King, Misery.
Bruce Willis interpreta o papel de Paul Sheldon, um escritor que fica prisioneiro de uma fã psicótica. Tudo porque Annie Wilkes, uma ex-enfermeira, salva o autor depois de um acidente de automóvel e exige que ele escreva um romance com a história que ela quer — com o fim que ela idealiza.
Segundo o The Guardian, a caracterização de Willis só não conseguia disfarçar o aparelho que o ator trazia no ouvido. O objectivo era poder soprar-lhe as deixas do texto caso ele tivesse uma branca. Como o jornal inglês explica, não é caso único na Broadway. Também Al Pacino, que está a estrear uma outra peça, usa um aparelho no ouvido, além de ter pelo menos sete telepontos espalhados pela sala.
Não se sabe se Bruce Willis tem mais facilidade em decorar os guiões de filmes de ação ou se o aparelho é colocado apenas por segurança, mas, seja como for, os críticos do The Guardian não ficaram impressionados com a estreia de Misery. A peça teve duas solitárias estrelas, muito por responsabilidade do actor americano.
Na fotogaleria em cima, veja como foi a evolução de Bruce Willis de “Modelo e Detective” (lembra-se?) a “Misery” (daqui a uns anos, alguém se lembrará?). Sobram tiros e sobram lutas — mas, como perceberá, sobra cada vez menos cabelo.