O presidente dos CTT, Francisco de Lacerda, afirmou hoje que Portugal tem espaço para mais um banco e salientou que a instituição financeira que arranca a 27 de novembro vai ser desenvolvida apenas no mercado português.

Questionado pelos jornalistas, à margem da apresentação da marca BancoCTT, sobre se a instituição vai estar presente nos mercados externos onde os CTT estão presentes, Francisco de Lacerda disse que “não”.

“O projeto do BancoCTT é para ser desenvolvido em cima da rede lojas dos CTT que só existe em Portugal”, afirmou o gestor.

Sobre se há espaço para mais um banco em Portugal, Francisco de Lacerda disse: “Nós pensamos que sim”.

Por isso, “lançámos este banco que gostamos de pensar que não é só mais um banco, é um banco com características muito particulares, dado ser lançado em cima do que já existe dos CTT, quer em termos de presença física, quer em termos de pessoas, do hábito da população portuguesa de trabalhar com os CTT”, acrescentou.

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Atualmente, os CTT estimam ter cerca de 3,7 milhões de clientes.

Questionado se este é o universo de clientes que conta ter na instituição financeira, o gestor disse que não.

“Não dissemos, nem diremos, que vamos ter qualquer número parecido com isso no nosso plano de negócios”, afirmou.

Relativamente a ofertas de taxas de juro atrativas, Francisco de Lacerda disse que o BancoCTT não vai competir com preços: “Esse não é o nosso posicionamento, vamos ser competitivos, mas a diferença virá de outros fatores: a forma de servir, a proximidade aos clientes, a simplicidade das soluções”, explicou.

O presidente do BancoCTT, Luís Pereira Coutinho, adiantou que a ideia do banco é “estar na vida das pessoas, nas coisas do dia-a-dia, nada de produtos complexos”, apenas “poucos produtos, simples e acessíveis”.

Instado a dar exemplos de produtos que o BancoCTT vai ter disponíveis, Pereira Coutinho afirmou: “Contas ordenado, contas pensionista. Vamos ter uma grande oferta de produtos de poupança com muita flexibilidade e vamos ter também uma oferta alargada de cartões de débito pré-pago, crédito pessoal e crédito à habitação”.

Relativamente ao crédito ao consumo, os CTT vão continuar com a parceria que já têm.

“Para já, vamos só trabalhar com particulares, vamos trabalhar com algumas pequenas empresas, muito pequenas empresas, mas aí as necessidades não são de crédito”, adiantou Francisco de Lacerda.

Sobre a possibilidade de os CTT voltarem a estar interessados no ActivoBank, Francisco de Lacerda não quis fazer comentários.

“Olhámos para a hipótese, analisámos e concluímos que, dado o avançar do nosso projeto, a hipótese já não se punha com a vantagem que se poderia ter posto em períodos anteriores”, disse.

“Neste momento, a operação não está no mercado, não vale a pena especular sobre o futuro”, concluiu sobre o tema.

O BancoCTT vai ser lançado a 27 de novembro e, numa primeira fase, irá operar na agência sede num ambiente reservado a colaboradores dos CTT e da instituição.

A abertura da instituição financeira na rede de lojas dos Correios de Portugal ocorrerá até ao final do primeiro trimestre de 2016 em mais de 50 lojas.

Questionado sobre quantas lojas BancoCTT conta ter no final do próximo ano, Francisco de Lacerda remeteu mais informação para quinta-feira, Dia do Investidor dos CTT.

Na sua intervenção, durante a apresentação da marca BancoCTT, Francisco de Lacerda disse que a instituição vai aproveitar a capilaridade dos CTT para chegar a todas as regiões do país e que estará disponível na Internet e no telemóvel.

“Temos uma ambição de ser um banco importante em Portugal, com muitos clientes”, disse.

O gestor adiantou que no horizonte de planeamento de três a cinco anos, o negócio do correio continuará ser relevante.

Por sua vez, Luís Pereira Coutinho explicou que vai haver três tipologias de lojas CTT: as maiores terão um espaço dedicado ao banco, as lojas intermédias não terão um espaço delimitado, mas um conjunto de balcões dedicados ao BancoCTT, e nas mais pequenas os balcões serão multifuncionais.