A Operação Megahertz, levada a cabo pela Polícia Judiciária (PJ), desmantelou, esta terça-feira, um esquema de corrupção utilizado para passar nos testes de código, na zona do Grande Porto, que incluía a utilização de minicâmaras e rádios durante a realização dos exames. 

Foram detidas 14 pessoas, indiciadas por crime de corrupção e falsificação de documentos. Entre elas estão oito examinadores, sendo que um deles pertencia a um dos centros do Automóvel Club de Portugal (ACP), no Porto, e ainda seis proprietários e funcionários de escolas de condução.

Um dos principais suspeitos pertence à escola Lidador, localizada na Maia. Segundo o Jornal de Notícias (JN), várias pessoas ligadas às escolas de condução aliciavam os alunos que estivessem dispostos a pagar para conseguir passar no teste de código, sendo que o esquema custaria cerca de 5000 euros por candidato. 

Os alunos que aceitassem entrar no esquema, habitualmente aqueles que manifestavam mais dificuldades nos testes de código do que na condução, levavam para os testes minicâmaras que deviam ser apontadas para os questionários, e auriculares que estavam ligados diretamente a uma central onde estavam os cúmplices no exterior. As respostas eram dadas através de rádio em tempo real, revela o JN.

A operação foi dirigida pela pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, que iniciou inquéritos há cerca de dois anos. Na terça-feira, a Unidade de Combate à Corrupção da PJ, realizou 80 buscas a 20 escolas de condução na zona do Grande Porto e o JN avança que o número de arguidos pode chegar a 300, incluindo também todos os condutores que beneficiaram deste esquema.

A ACP já veio dizer, em comunicado, que irá cooperar com a investigação e que “condena veementemente qualquer ato associado a este comportamento”.

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