O mais importante não é a quantidade, mas a qualidade. A frase é célebre e no que toca ao sexo, parece que ela se aplica na perfeição. Pelo menos é o que diz um novo estudo publicado pela revista Society for Personality and Social Psychology, que procurou perceber de que modo é que o sexo afeta o bem-estar dos casais, diz o The Guardian.

Os investigadores, do departamento de psicologia da Universidade de Toronto, depois de realizarem inquéritos a 30.000 pessoas chegaram a uma conclusão: basta que um casal pratique sexo uma vez por semana para que absorva todos os seus benefícios, explicando, que para que o casal se sinta feliz não é obrigatório que pratique sexo todos os dias.

“Este é o primeiro estudo a olhar para uma associação curvilínea (e não linear) entre sexo e bem-estar – e o primeiro a olhar para os ‘limites’ desta associação”, disse umas das investigadoras, Amy Muise. 

“É verdade que manter relações sexuais com mais frequência dá um maior bem-estar?”, foi a pergunta que deu início à investigação. Amy Muise esclareceu que os resultados sugerem que é importante manter uma relação íntima com o par, mas que não é necessário praticar sexo todos os dias.

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Mais sexo, mais bem-estar, mais felicidade. Esta era a trilogia que sustentava as opiniões, formuladas há décadas: quanto mais sexo, mais felicidade. Mas este estudo mostra que a pressão deve ficar do lado de fora das relações e que a qualidade do sexo importa mesmo.

BEIJING - FEBRUARY 14: Chinese young lovers take a stroll on Valentine's Day February 14, 2008 in Beijing, China. Valentine's Day has become one of the most popular Western festivals celebrated in China. (Photo by Guang Niu/Getty Images)

A pressão para praticar sexo frequentemente pode afetar a relação dos casais e provocar elevados níveis de stress. Créditos: Guang Niu/Getty Images

“É importante manter uma conexão íntima com o parceiro sem colocar demasiada pressão na frequência com que se faz sexo”, disse Amy Muise.

“Os resultados não significam necessariamente que os casais devem ter mais ou menos relações sexuais para atingir a média semanal, mas o casal deve discutir e acordar se as suas necessidades sexuais estão a ser satisfeitas”, acrescentou.

Amy explicou que os casais muito ocupados, com muitas responsabilidades de trabalho e com filhos, sentem que a pressão para fazer sexo sempre que possível pode mesmo ser stressante.

Um professor da Carnegie Mellon University, George Loewenstein, explicou ainda ao The Guardian os resultados de um estudo que realizou em 64 casais, em que foi pedido a 32 que duplicassem o número de relações sexuais para perceber, depois, quais eram os seus níveis de felicidade diários. Os resultados foram claros. Os casais conseguiram ter 40% mais de sexo, mas não eram mais felizes com isso porque começaram a sentir menos energia e a ter pior sexo.

“O sexo pode significar muitas coisas diferentes: há bom sexo, mau sexo e descobrimos que a qualidade do sexo afeta mais a felicidade do que a frequência”, disse Loewenstein.

Um psicólogo, Juan Macias, disse ao El Mundo que é importante cuidar da sexualidade do casal, mas explica:

“A verdade que fazer muito sexo nem sempre é um bom indicador, pois pode neutralizar alguns dos aspetos que entram em jogo num relacionamento sexual. O importante, portanto, não é tanto a quantidade, mas a adequação da rotina sexual de cada casal e as suas necessidades individuais “, afirma Macias.

A sexóloga Cristina Martinez, que também falou com o El Mundo, alerta para a necessidade de quebrar a rotina sexual.”A comunicação, a cumplicidade, confiança, são essenciais para cuidar de um relacionamento, tudo isso faz parte da privacidade”, disse.

Todos os especialistas concordam: o sexo é importante, mas não é a única coisa de que se faz um relacionamento que pretenda sobreviver à passagem do tempo.