O Airbnb revolucionou o alojamento temporário, a Uber está a tentar concorrer com o mercado dos táxis tal como sempre o conhecemos e a empresa americana Teague quer revolucionar o modelo de negócio das companhias aéreas. Para tentar ser o próximo fenómeno da indústria, criou a Poppi. E desvenda algumas das estratégias que quer pôr em prática para conquistar clientes.

Quando as companhias de baixo custo entraram no mercado, houve uma transformação na forma de viajar. Apanhar um avião tornou-se muito mais acessível, mas a Teague questiona a trajetória atual da indústria de “tirar mais e dar menos a passageiros cada vez mais insatisfeitos”. A tempestade perfeita que pede “inovações disruptivas”, pode ler-se na página da empresa criada em 1926 em Seattle.

A empresa que desenhou o interior do novo Boeing 787 Dreamliner propõe-se repensar quase tudo o que é dado por garantido no modelo de negócio vigente. Por exemplo, para evitar a habitual confusão que se gera nas companhias low cost na hora de arranjar espaço para a bagagem de cabine, a Poppi responde com uma solução: não há bagagem de cabine. Os únicos pertences que os passageiros podem guardar consigo durante o voo são casacos e computadores. Com menos carga no avião poupam combustível e o processo de embarque também se torna mais rápido. A solução pode passar por levar as malas ao destino final dos passageiros.

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Para animar os passageiros que ficam com o indesejado lugar do meio, a empresa quer brindá-los com surpresas. ©Teague

Reconhecendo que os lugares do meio são os menos desejados por toda a gente, a Poppi classifica-os como “classe promocional” e promete “experiências únicas”, sem revelar ainda o que tem pensado. De forma mais concreta, a companhia diz que vai ser mais fácil para os passageiros revenderem os seus bilhetes e trocarem de lugar com outras pessoas.

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A Poppi acena ainda com uma nova classe, para atrair passageiros, como esta “classe de cinema”

Quanto às tradicionais primeira classe, turística ou executiva, também elas podem ser repensadas. A Poppi quer focar a diferenciação na experiência e não no espaço. Para isso, acena, por exemplo, com um compartimento que parece uma sala de cinema, ao qual chama “classe de cinema”. Falta saber como é que os passageiros vão chegar a acordo quando ao filme que vai passar no ecrã.

O objetivo é conseguir tudo isto sem aumentar os custos. Mas ainda há muitas potenciais ideias para pôr em prática. A Teague quer ouvir passageiros e trabalhadores e, neste momento, por exemplo, está a conduzir um inquérito dirigido aos comissários de bordo de todo o mundo para saber como é que a tecnologia pode contribuir para um trabalho melhor.

Reconhecendo que há muitas barreiras na hora de criar uma companhia aérea, a estratégia da Teague passa por influenciar outras a implementar já o que vai ser o futuro da aviação comercial, disse à CNN Devin Liddell, estratega do conceito. Mas admite que o futuro não chega já amanhã: adotar estas medidas “vai demorar algum tempo”.