O Governo ucraniano suspendeu hoje provisoriamente o transporte de mercadorias entre a Ucrânia e a península da Crimeia, anunciou o Executivo, no seguimento da barreira formada desde setembro na fronteira por nacionalistas ucranianos.

“Por iniciativa do primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, o Governo da Ucrânia proíbe temporariamente o trânsito e fluxo de mercadorias na fronteira administrativa entre a Ucrânia e a Crimeia”, lê-se num comunicado emitido pelo gabinete de imprensa do governo ucraniano.

Antes do anúncio, o presidente do país, Petrov Poroshenko, dirigiu-se ao Governo para propor a suspensão imediata do transporte de mercadorias por linha férrea e terrestre ao território anexado por Moscovo em março do ano passado e reclamado desde então por Kiev.

Numa carta enviada ao Executivo, Poroshenko afirma que a Ucrânia deve estabelecer o modelo de relacionamento que quer manter com a Crimeia.

Desde setembro que as mercadorias ucranianas com destino à Crimeia estão impedidas de entrar no território anexado por Moscovo devido à ação de um grupo nacionalista ucraniano que exige “o corte de relações comerciais com o território ocupado”.

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A Crimeia enfrenta atualmente uma grave carência no setor elétrico, depois de um grupo de radicais ter dinamitado as únicas quatro torres de alta tensão que, no sul do país, forneciam eletricidade ao território.

O Ministério da Energia da Ucrânia negou responsabilidade no ‘apagão’ e informou que está a fazer todos os possíveis para restabelecer a energia, que afetou também vários municípios da Ucrânia.

No local onde estão os quatro postos de alta tensão têm havido confrontos entre as forças da autoridade e os ativistas, que tentaram impedir que os técnicos reparassem os danos.

As autoridades da Crimeia e os representantes do Governo russo consideraram o ataque como um “ato terrorista” e responsabilizaram os ultranacionalistas, acusando também o presidente da Ucrânia de se colocar ao lado dos terroristas.