A Organização Meteorológica Mundial (OMM) alertou que 2015 poderá ser o ano mais quente jamais registado, com a temperatura média da superfície a poder transpor o limiar simbólico de 1ºC em relação à era pré-industrial (1880-1899).

“A tendência para 2015 deixa supor que este ano será muito provavelmente o mais quente jamais constatado”, declarou a agência sediada em Genebra num relatório, adiantando que “a temperatura média à superfície do globo passará sem dúvida o limiar tão simbólico como significativo que constitui um aquecimento de 1 grau Celsius em relação à época pré-industrial”.

No seu relatório divulgado a uma semana da Cimeira do Clima em Paris, a OMM indica igualmente que “os anos de 2011 a 2015 representam o período de cinco anos mais quente jamais registado, tendo sido influenciados pelas alterações climáticas numerosos fenómenos meteorológicos extremos — em particular as vagas de calor”.

“O estado do clima mundial em 2015 ficará como referência por uma série de razões”, declarou o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud.

Precisou que, além da questão da temperatura média à superfície, “as concentrações de gás com efeito de estufa na atmosfera atingiram novos picos: na primavera boreal de 2015, pela primeira vez, o teor de CO2 na atmosfera ultrapassou as 400 partes por milhão numa média mundial”.

Considerando tratar-se de “notícias tristes” para o planeta, Jarraud assinalou que “é possível limitar as emissões de gases com efeito de estufa, que estão na origem das alterações climáticas”.

“Dispomos do conhecimento e dos instrumentos necessários para agir. Temos escolha, o que não será o caso das gerações futuras”, adiantou.

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