A Europa tem sido assolada por uma crise de refugiados quase sem precedentes. A resposta a dar a este fluxo tem gerado controvérsia e discordâncias entre países. Enquanto uns abrem os braços para receber os migrantes, outros fecham as fronteiras e erguem muros. As quotas destinadas aos países europeus relativas ao acolhimento de refugiados também têm gerado alguma discórdia. Uns não aceitam e outros até se disponibilizam a aceitar mais.

Foi o caso do governo social-democrata sueco que, durante este processo, afirmou que não teria problemas em receber mais migrantes do que os que estavam a ser propostos pela União Europeia. Ainda há dois meses a ministra do Emprego da Suécia, Ylva Johansson, afirmou que o país ia receber mais refugiados com “um sorriso”. Mas as coisas parecem ter-se alterado. E em vez de sorrisos, a crise de refugiados está a gerar lágrimas no governo escandinavo.

Ao que parece, e como conta o Foreign Policy, o país terá de fechar as portas a milhares de pessoas que ainda esperam a aprovação dos pedidos de asilo. O anúncio desta mudança de posição decorreu durante uma conferência de imprensa em Estocolmo na última terça-feira e levou a vice-primeiro-ministro, e também ministra do Ambiente e militante do Partido Verde sueco, Asa Romson às lágrimas:

https://www.youtube.com/watch?v=GmuqusBOfuo

O primeiro-ministro Stefan Lofven, que se encontrava ao lado de Romson durante a intervenção, esclareceu que a Suécia precisa de “tréguas” das dezenas de milhares de refugiados a pedir asilo e que irá avançar com uma nova legislação que vai impor restrições duras nos refugiados, reduzindo o número de autorizados a entrar no país: “Custa-me que a Suécia não seja mais capaz de receber pedidos de asilo ao nível elevado que fazemos hoje. Simplesmente não podemos mais”.

Esta reviravolta parecia quase impossível de acontecer nos últimos meses. Mas o facto de a Suécia ter recebido cerca de 74 mil pedidos de asilo este ano, e de ter dobrado esse número com mais de 10 mil refugiados a chegar todas as semanas ao país nos últimos meses, pode ter contribuído para esta mudança de política. Este mês surgiram, por exemplo, relatos que várias pessoas dormiam nas ruas da cidade de Malmö.

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